Israel propôs um novo acordo de cessar-fogo com o Hamas em três fases, com planos para o dia seguinte à guerra na Faixa de Gaza. A informação partiu do presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, na tarde de sexta-feira, 31, em discurso especial na Casa Branca.
Pelo argumento de Biden, o Hamas “está paralisado” e não é mais capaz de realizar outro ataque como o 7 de outubro, que, de acordo com as palavras dele, era o principal objetivo de Israel. No ataque do grupo terrorista, foram mortos em Israel cerca de 1,2 mil pessoas e mais de 230 foram sequestradas.
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Pelos termos do atual acordo, disse Biden, haveria, na fase inicial, seis semanas de cessação das hostilidades, nas quais mulheres, crianças, idosos e reféns feridos seriam libertados.
Nesta primeira fase, relatou o The Jerusalem Post, as forças israelenses se retirariam das áreas densamente povoadas de Gaza.
Nesta etapa, Biden disse que alguns reféns norte-americanos seriam libertados. A população palestina também regressaria para suas casas em todas as áreas de Gaza, inclusive no norte, a região mais atacada no início da incursão das Forças de Defesa de Israel (FDI).
A ajuda humanitária aumentaria para 600 caminhões, que diariamente transportariam suprimentos para Gaza. Com um cessar-fogo, a ajuda poderia ser distribuída de forma segura e eficaz, disse Biden.
Milhares de abrigos temporários, que incluem unidades habitacionais, serão entregues pela comunidade internacional.
Todas essas movimentações começariam imediatamente, segundo o presidente norte-americano.
Nessas seis semanas, Israel e o Hamas negociariam os acordos necessários para chegar à fase dois, de um cessar-fogo permanente. Nesta segunda fase, seriam libertados todos os reféns restantes, inclusive soldados.
Segundo Biden, há “uma série de detalhes” que precisam ser negociados entre uma fase e outra, nas quais as conversas terão o suporte dos EUA, do Egito e do Catar.
“Um cessar-fogo temporário se tornará a cessação permanente das hostilidades”, declarou Biden.
Proposta prevê plano de reconstrução de Gaza
Na terceira e última fase, seria implementado um plano de reconstrução de Gaza e haveria a libertação de quaisquer restos mortais de reféns.
“Essa é a oferta que está agora sobre a mesa”, afirmou o presidente dos EUA.
Não ficou claro, pelas palavras de Biden, de qual setor israelense partiu a proposta.
O avanço israelense em Rafah prosseguia nesta sexta. Tropas das FDI chegaram ao centro de Rafah, apesar dos apelos internacionais para interromper a ofensiva terrestre na cidade do sul de Gaza, que faz fronteira com o Egito.
Biden pediu, tanto ao Hamas quanto aos membros do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a aprovação da proposta.
“Uma guerra indefinida em busca de uma noção não identificada de vitória total apenas vai paralisar Israel e Gaza, drenando os recursos econômicos, militares e humanos, aumentando o isolamento de Israel no mundo”, disse o presidente.
“Isso não trará reféns para casa. Isso não trará uma paz duradoura. Isso não trará segurança duradoura a Israel.”