O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, disse que o país rejeitou a ordem de cessar-fogo na Faixa de Gaza enviada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta segunda-feira, 25. O representante israelense informou que o país só vai dar trégua quando destruir o grupo terrorista Hamas e resgatar todos os reféns.
“O Estado de Israel não cessará o fogo”, escreveu Katz no Twitter/X. “Destruiremos o Hamas e continuaremos a lutar até que o último dos reféns volte para a casa.”
De acordo com o governo de Israel, o Hamas ainda mantém 99 reféns vivos. Ao todo, são 130 pessoas, mas a autoridade israelense acredita que 31 estejam mortas. Os terroristas sequestraram as vítimas em 7 de outubro, quando atacaram Israel e mataram 1,2 mil civis.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Benny Gantz, outro membro do governo israelense, endossou as palavras do ministro das Relações Exteriores e minimizou a decisão do conselho.
“O Estado de Israel tem a obrigação moral de continuar a lutar até que os reféns sejam libertados e a ameaça do Hamas seja removida, e é isso que faremos”, escreveu Gantz. “A decisão do Conselho de Segurança não tem significado operacional para nós.”
A resolução foi aprovada pelo conselho nesta segunda-feira. Os Estados Unidos, aliados de Israel, decidiram se abster da votação. Como membros permanentes do conselho, os norte-americanos têm poder de veto. Depois da decisão, o governo israelense cancelou a visita de duas autoridades a Washington.
Leia também: “O drama no cativeiro do Hamas”, reportagem de Eugenio Goussinsky, publicada na Edição 201 da Revista Oeste
Em comunicado, Israel afirmou que a postura dos EUA “dá ao Hamas esperança de que a pressão internacional lhes permitirá obter um cessar-fogo sem libertar os nossos reféns”.
Resolução contra Israel
A resolução que pede um cessar-fogo na Faixa de Gaza é a primeira aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU depois de quatro tentativas fracassadas.
A medida foi apoiada por 14 países, incluindo a China e a Rússia. Os EUA se abstiveram. O documento exige um cessar-fogo imediato durante o mês sagrado islâmico do Ramadã e a libertação de todos os reféns. O texto também garante a entrada de ajuda humanitária na região.
Essa não é a primeira resolução que pede uma trégua na Faixa de Gaza. Na última sexta-feira, 22, os EUA apresentaram uma proposta, que não foi aprovada. Ao todo, foram quatro tentativas anteriores em cinco meses. Os Estados Unidos vetaram três textos, enquanto a Rússia e a China vetaram um.
Leia mais: “Acusar Israel de ‘genocídio’ é uma vergonha para a humanidade”, artigo de Brendan O’Neill publicado na Edição 200 da Revista Oeste
A resolução foi apresentada por dez membros não permanentes do conselho e discutida por todos os integrantes até o último minuto antes da votação. O texto original previa um cessar-fogo permanente, mas os EUA alteraram o trecho para uma trégua duradoura.
De acordo com diplomatas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, a medida abre espaço para que Israel possa realizar novas ofensivas militares contra o Hamas no futuro. A resolução também pede a ambos que criem condições para que o cessar-fogo possa ser mantido.
O conselho não tem meios para aplicar a resolução aprovada. Porém, pode impor medidas punitivas contra Israel.
ONU depois da UNRWA está envolvida nos ataques do 7 de Outubro, não tem moral nem para criticar o Estado de Israel que é vítima dessa situação. Querem conter a vítima e poupar os assassinos.