O Parlamento da Itália aprovou, na última terça-feira, 23, a lei que permite acesso de grupos conservadores às clínicas de aborto. Essas organizações podem entrar nesses lugares para conversar e conscientizar as mulheres que estão prestes a abortar.
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De acordo com o governo, trata-se de uma emenda que cumpre o objetivo original da lei de 1978 que legaliza o aborto. Com a regra, as clínicas vão abrir as portas para que esses grupos entrem e conversem com as mulheres.
A lei, apresentada pelo deputado Lorenzo Malagola, do partido Irmãos da Itália, diz que “as regiões organizarão serviços de consultoria […] e poderão utilizar, sem novos ou mais encargos para as contas públicas, o envolvimento de agentes do Terceiro Setor com experiência qualificada no apoio à maternidade”.
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As pessoas que são contra o assassinato de bebês no ventre materno já têm acesso a clínicas em várias regiões da Itália. Agora, com essa medida, a extensão da prática vai ser em todo o país.
A esquerda na Itália criticou o projeto que permite acesso de grupos conservadores a clínicas de aborto
A oposição, no entanto, criticou a lei. A esquerdista Elly Schlein, líder do Partido Democrata (PD), qualificou a medida como um “grave ataque à liberdade das mulheres”. Para os deputados do Movimento Cinco Estrelas (M5S), a Itália “optou por dar mais um passo para trás”.
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O acesso a essas clínicas na Itália é difícil por causa do elevado número de ginecologistas que são contra o aborto. Eles se negam a realizar o procedimento por motivos morais ou religiosos.
Durante a campanha eleitoral de 2022, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, declarou que “não modificaria a lei do aborto, mas que as mulheres devem saber que existem outras opções”.
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