Os fãs de video game do Japão vão ganhar uma escola especialmente para eles. Em abril de 2022, o país vai inaugurar a primeira instituição de ensino médio voltada para quem gosta de e-sports (esportes eletrônicos).
A eSports High School terá sede em Tóquio, capital do Japão, e vai preparar os estudantes para se tornarem jogadores e streamers — pessoas que transmitem o conteúdo do jogo de alguma plataforma pela internet — profissionais. Eles vão aprender conteúdos técnicos sobre a jogabilidade, a cuidar da saúde física e mental e a administrar as finanças pessoais.
O modelo pioneiro será financiado pela Nippon Telegraph and Telephone Corporation, empresa de esportes eletrônicos japonesa, em parceria com o clube de futebol japonês Verdy. Além de jogadores, a escola vai formar desenvolvedores de jogos, programadores, escritores, comentaristas de e-sports e designers de games.
A instituição vai disponibilizar sessões de aconselhamento individuais para quem quiser continuar a formação no ensino superior. Além disso, os interessados em estudar no local podem participar de programas de orientação a partir de 23 de janeiro.
Mercado de video game
O Japão saiu na frente para atender ao mercado de jogos eletrônicos, que não para de crescer. De acordo com a pesquisa do Newzoo, empresa de dados de mercado de jogos, 3 bilhões de pessoas se consideram jogadoras de video game. Segundo a previsão da instituição, o setor vai movimentar US$ 220 bilhões em 2024.
No ano passado, o mercado gerou mais de US$ 170 bilhões de renda, sendo que US$ 90 bilhões foram gerados pelos jogos de smartphone e tablet. Já os games dos consoles movimentaram quase US$ 50 bilhões do setor.
Por algum tempo fui professor. Há 20 anos, uma aluno pediu trancamento de matrícula para poder participar de um campeonato de videogame. Virou piada entre os colegas, mas eu percebi, pela seriedade com que ele encarava a situação, que aquilo não era uma brincadeira e tratei com respeito a escolha dele. O tempo confirmou que ele tinha a “visão além do alcance”.
A vida é um jogo. Agora o jogo será, cada vez mais, no “cyberspace”. Isso aí é o futuro, quer a gente goste ou não. Só lamento pela perda no desenvolvimento físico que essa garotada terá, mas uma coisa compensa a outra. Perdas e ganhos.