O presidente da Argentina, Javier Milei, começou sua visita à Espanha nesta sexta-feira, 17. Ele não agendou encontros com o rei Filipe VI nem com o presidente do governo, Pedro Sánchez. A visita ocorre em um momento de tensão entre Madri e Buenos Aires, intensificada pelo incidente com um dos ministros do governo espanhol.
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Essa é a primeira vez que Milei visita o país europeu desde que assumiu a Presidência, em dezembro de 2023. Ele participou de um evento promovido pelo jornal La Razón e apresentou seu livro El Camino del Libertario.
Neste próximo sábado, 18, o argentino tem encontro marcado com empresários locais. No domingo 19, será a principal atração em um comício do partido Vox, liderado por Santiago Abascal. O evento também contará com a presença de Marine Le Pen, membro da Assembleia da França, e José Antonio Kast, líder do partido Republicano Chileno.
Detalhes do comício e participações internacionais de Milei
O comício, chamado “Europa Viva 24”, terá ainda participações por vídeo da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban. Organizado pelo Vox como uma “convenção de patriotas europeus”, o evento acontece antes das eleições europeias, que estão programadas para 9 de junho.
Milei voltará para a Argentina no domingo sem se encontrar com o rei Filipe VI — que esteve na sua cerimônia de posse. Ele também não planeja encontrar Pedro Sánchez, que apoiou seu oponente nas eleições, Sergio Massa.
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As relações entre Argentina e Espanha foram afetadas depois de o ministro dos Transportes espanhol, Óscar Puente, sugerir que Milei havia usado drogas antes de um discurso. Apesar do pedido de desculpa de Puente e de a questão ter sido considerada “resolvida” pela Argentina, o incidente desgastou as relações bilaterais.
A visita à Espanha
Antes da viagem, a editora Planeta retirou o livro de Milei de circulação na Espanha por causa de “dados incorretos sobre seus títulos acadêmicos”. Depois, pediu desculpa ao presidente argentino por meio de um comunicado nas redes sociais.
Estudiosos sugerem que a falta de encontros com autoridades espanholas indica um afastamento nas relações entre os dois países. O especialista em América Latina do Real Instituto Elcano, Carlos Malamud, afirma que “existem atitudes conflitantes de ambos os lados que contribuem para o desgaste”.
Malamud menciona o apoio de Sánchez a Massa no pleito presidencial argentino como um dos motivos para esse distanciamento.