Jornada menor, salário maior: a rotina de brasileiros que trabalham na Finlândia

Com jornada de trabalho menor e salário maior, a Finlândia está atraindo brasileiros que desejam equilibrar a produção profissional e a vida pessoal.

Hoje, 2.466 brasileiros vivem no país escandinavo, conforme dados da Finlândia enviados ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil. No país nórdico, a jornada de trabalho semanal chega a no máximo 40 horas. Por aqui, a jornada de trabalho fica na média de 44 horas semanais.

Enquanto as férias no Brasil são de 30 dias, incluindo dias úteis e fins de semana, na Finlândia, são 30 dias úteis, ou seja, os fins de semana dentro do período contam praticamente como bônus.

Confira os relatos das brasileiras que trabalham na Finlândia

Pelo sexto ano seguido, a Finlândia foi considerada o país mais feliz do mundo em 2023. O reconhecimento é do Relatório Global sobre Felicidade.

No ponto mais ao norte da Finlândia, o sol não se põe durante 73 dias no verão. Na mesma localização, o sol não nasce durante 51 dias no inverno. A área pode ficar coberta de neve por até sete meses. No inverno, o país também chega a registrar -30ºC.

Mas o clima de inverno severo, muito diferente das temperaturas brasileiras, não tem intimidado os brasileiros. A designer de games Ana Camargo, por exemplo, decidiu se mudar para a Finlândia em 2021. No Brasil, ela trabalhava em média 14 horas por dia. Na Finlândia, a brasileira de 29 anos não trabalha mais do que sete horas diárias.

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Ana ganhava R$ 13 mil em São Paulo. Hoje ela ganha € 4,5 mil na Finlândia, o equivalente a R$ 24 mil brutos por mês. A designer conta que seu salário finlandês rende mais porque ela gasta menos com aluguel e outras despesas básicas.

A relações-públicas Bianca Alves, de 26 anos, ganha três vezes mais na Finlândia do que no Brasil. Ela teve burnout enquanto trabalhava num banco multinacional na cidade de São Paulo.

Agora responsável por todos os clientes da América Latina de uma empresa global de cibersegurança, Bianca tem até uma cápsula individual para tirar um cochilo no horário de intervalo no trabalho.

“Se você faz hora extra, é visto como um péssimo funcionário”, disse Bianca sobre as diferenças de cultura de trabalho no Brasil e na Finlândia ao jornal O Estado de S. Paulo. “Porque não está dando conta do trabalho dentro do horário para o qual foi contratado.”

“Bateu 16 horas é como se passasse um trem dentro da empresa, todo mundo desaparece”, prosseguiu Bianca. “Às vezes, eu dou um pulo na praia às 18 horas. Então, ainda tem muita vida depois do trabalho.”