Líderes mundiais manifestaram indignação nesta segunda-feira, 4, dias depois do ataque da Rússia a Bucha, cidade a 30 quilômetros de Kiev. Segundo relatos, muitos civis foram mortos na ofensiva russa na última semana, em parte do conflito com a Ucrânia, que já dura mais de um mês.
O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou nesta segunda-feira que as nações do Ocidente precisam intensificar as sanções aos russos, em razão do episódio em Bucha. O chefe de Estado francês mencionou especificamente a ideia de um bloqueio total nas exportações de petróleo e carvão vindas da Rússia, em retaliação ao que chamou de crimes de guerra.
Já o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, mencionou ter identificado sinais de um possível genocídio na ação da Rússia em Bucha. Por sua vez, o secretário-geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, manifestou que ficou “profundamente chocado” pelas imagens de cadáveres civis na cidade ucraniana, falando da necessidade de uma investigação independente para o episódio.
No domingo, o Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou vídeos aterradores dos corpos de civis encontrados nas ruas de Bucha. Em publicação nas redes sociais, a pasta comparou o cenário ao massacre de Srebrenica, cidade localizada no leste da Bósnia e Herzegovina, no qual 8 mil muçulmanos bósnios foram mortos pelas forças separatistas do país no conflito dos Bálcãs nos anos 90.
Mikhailo Podolyak, chefe da delegação ucraniana nas negociações de paz com a Rússia, acusou o governo russo de enviar crematórios móveis a Kiev para esconder seus crimes de guerra.
No domingo, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dimitro Kuleba, pediu ao Tribunal Penal Internacional (TPI) o envio de uma missão de investigação para documentar os crimes e identificar os responsáveis. Antes, no sábado, as autoridades ucranianas informaram que o país retomou o controle de Bucha.
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