Ibrahim al-Organi, conhecido como “Rei das Travessias”, é um magnata do Egito que, em seus 50 anos, construiu um império empresarial e estreitou laços com autoridades egípcias.
Antes, Ibrahim al-Organi sofreu “tortura severa” na prisão e teve um derrame. Atualmente, é um dos aliados mais próximos do presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Ele também estreitou laços com as Forças Armadas daquele país.
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Desde o ataque terrorista do Hamas, em outubro de 2023, Ibrahim al-Organi controla a movimentação de pessoas e bens no enclave. Com isso, lucra milhões com a “lista VIP” de refugiados.
O magnata do Egito na Faixa de Gaza
As fronteiras de Gaza são rigidamente controladas, e a única saída é por meio da empresa Hala Tourism Services, que pertence a Ibrahim al-Organi.
Fundada em 2019, a companhia é responsável por registrar palestinos na lista egípcia de viajantes autorizados. A empresa também opera o transporte na fronteira de Rafah até o Cairo.
“Para uma pessoa normal em Gaza, havia, antes da guerra, poucas opções para sair de lá”, disse Mohammad (nome fictício) ao jornal O Globo. “Era preciso ser estudante ou comprovar a necessidade de receber tratamento médico fora do enclave.”
Início da carreira de Ibrahim al-Organi
Nascido em 1974, o magnata Ibrahim al-Organi é membro da tribo beduína Tarabin, uma das mais importantes do Egito. Ele começou sua carreira como motorista de táxi e também se envolveu em atividades de contrabando.
Em novembro de 2008, seu irmão foi baleado 121 vezes nas costas por um policial durante protestos. Ibrahim Al-Organi filmou a cena e entregou as imagens a uma comissão parlamentar.
Ele e outros membros de tribos cercaram delegacias em retaliação. Eles também manteram policiais como reféns para pressionar as autoridades.
Ascensão depois da prisão
Depois de quase dois anos preso, Ibrahim al-Organi se estabeleceu como líder da milícia no Sinai. Sob o comando de al-Sisi, as tribos locais, que incluía a de al-Organi, foram mobilizadas para combater militantes no Sinai.
Em 2015, ele e outros formaram a União das Tribos do Sinai, aliada do Exército egípcio. Em 2017, Ibrahim al-Organi assumiu a liderança da milícia.
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Depois de sair da prisão em 2010, Ibrahim al-Organi fundou um grupo empresarial que inclui setores de construção, mineração, viagens, hospitalidade e segurança privada.
Suas empresas monopolizam o movimento de pessoas e mercadorias pela passagem de Rafah. A Sons of Sinai, além da Hala, controla as permissões de saída para caminhões e mercadorias.
Em 2014, a Sons of Sinai monopolizou o transporte de mercadorias depois de uma campanha militar de Israel.