A maioria absoluta dos mais de 10 milhões de venezuelanos que foram às urnas neste domingo, 3, respondeu “sim” às cinco perguntas elaboradas pelo ditador do país, Nicolás Maduro, no referendo sobre a anexação de Essequibo, um território que representa 70% da Guiana.
A votação começou às 7h, no horário de Brasília, e estava prevista para terminar às 19h. Em virtude da baixa adesão popular, no entanto, o regime chavista prorrogou a votação até as 21h. Ao todo, 20,7 milhões receberam a orientação de votar no referendo.
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O referendo foi proposto pela Assembleia Nacional da Venezuela, aprovado pelo Conselho Nacional Eleitoral e liberado pelo Supremo Tribunal de Justiça, todos controlados por partidários de Maduro. Os venezuelanos respondem “sim” ou “não” para cinco perguntas:
- 1) Você rejeita a fronteira atual?
- 2) Você apoia o Acordo de Genebra de 1966?
- 3) Você concorda com a posição da Venezuela de não reconhecer a jurisdição da Corte Internacional de Justiça?
- 4) Você discorda de a Guiana usar uma região marítima sobre a qual não há limites estabelecidos?
- 5) Você concorda com a criação do estado Guiana Essequiba e com a criação de um plano de atenção à população desse território, que inclua a concessão de cidadania venezuelana, incorporando esse estado ao mapa do território venezuelano?
No Twitter/X, o perfil da rede de televisão TeleSUR divulgou os resultados do referendo.
Venezuela versus Guiana: o que está em disputa?
A consulta não é sobre autodeterminação, já que território de 160 mil quilômetros quadrados está sob a administração da Guiana e seus 125 mil habitantes não votam. O resultado não terá consequências concretas a curto prazo: a Venezuela busca reforçar sua credibilidade e reivindicar sua demanda e nega que seja uma desculpa para invadir e anexar à força a região.
A Venezuela argumenta que o Rio Esequibo é a fronteira natural, como foi em 1777, quando era Capitania Geral do Império Espanhol. Apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, que lançou as bases para uma solução negociada e anulou uma decisão de 1899, que definiu os limites defendidos pela Guiana, que pediu sua ratificação à Corte Internacional de Justiça (CIJ).
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O governo da Guiana pediu a suspensão do referendo à CIJ, sem sucesso. O tribunal determinou não mudar o statu quo da região sem fazer referência ao processo. De qualquer modo, a Venezuela havia afirmado que não cumpriria ordens desse tipo, já que não reconhece a juridição deste tribunal.
A reivindicação da Venezuela se intensificou desde que, em 2015, a gigante energética americana ExxonMobil descobriu petróleo em águas em disputa que a colocariam na lista de países com as maiores reservas per capita do mundo.
Especialistas analisam ofensiva de Maduro contra o país vizinho
Para o analista Jesús Castellanos Vásquez, a votação vai permitir ao governo monitorar diversas métricas que são importantes para a eleição de 2024. “A votação serve como termômetro para medir a capacidade de apoio ao regime e de controle”, disse Vásquez, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, referindo-se à mobilização da máquina chavista.
A consultora Eglée González-Lobato concorda. “Tendo em conta as pesquisas, que deixam em evidência o baixíssimo apoio da população, o plebiscito permite o diagnóstico da mobilização dos eleitores e mede a lealdade de governadores e prefeitos”, disse
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Segundo a especialista, a oposição mostrou uma alta mobilização nas primárias de outubro, o que preocupa os chavistas. “A oposição demonstrou uma forma de votar em bloco, concentrado, articulado”, afirmou. “É uma combinação ganhadora, frente a um oficialismo monolítico. Por isso, Maduro busca atrair, com uma visão nacionalista, patriótica, o entusiasmo de um eleitorado que se afasta dele.”
A disputa sobre o Essequibo ganhou contornos geopolíticos. No mês passado, militares chavistas fizeram treinamentos na fronteira, o que chamou a atenção do Brasil e dos Estados Unidos. Os norte-americanos enviaram à Guiana chefes militares para contribuir nos planos de defesa.
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Dificil acreditar que vcs sejam capazes de uma manchete destas, dando a impressão que votos na Venezuela tem algum valor. As vezes vcs me impressionam… Negativamente.
A manchete está errada, não foi a maioria dos venezuelanos, e sim a maioria dos votantes que não chega a 48% dos eleitores venezuelanos.
Referendo fajuto. Falso como os canhotos. 90% não foram votar e os 10% ainda não foram unânimes. Ou seja……o resultado parece a eleição aqui nas terras da bananas.
Estão trazendo uma Guerra num continente que estava em paz…
Mais um para levar uma saraivada do pessoal do Norte.
A matéria não fala q houve uma ausência muito grande, já q 80% dos eleitores não compareceram. Isso significa q dos eleitores totais somente 19% disseram sim.
Exatamente. Revista Oeste está nos surpreendendo. Do mesmo modo que diversos nesta revista falam em “consórcio governo e imprensa” , e não usam o termo correto que seria QUADRILHA, pois este é o nome de qualquer associação como objetivo criminoso, e não ‘consórcio’.
O amigo do Luladrao
Alguém acredita na veracidade desta apuração sabendo exatamente com que está lidando???
Democracia relativa idêntica a nossa. Roraima vai se tornar servidão a Venezuela pelo que tudo indica. Aos olhos do valoroso poder moderador brasileiro, responsável pela soberania nacional e equilíbrio entre poderes . A cada dia a imagem e serventia dessa gente se esvai.
Joguinho político, igual ao que aconteceu na Argentina, em relação às Malvinas. Como a Argentina estava meio sem moral diante do seu próprio povo, arranjaram a briga com as Malvinas só para dar aquela moral aos políticos, querendo trazer uma imagem de defensores da Argentina, e claro, usar esta situação para ganhar moral do povo e medir a temperatura para próxima disputas eleitorais, bem como já ir mapeando os opositores, etc… Tudo para continuar no poder. A Agentina levou aquela surra. Quanto a Venezuela… aguardemos.
Democracia total! A população da Guiana não é ouvida e não vota.
Alguém notou lá o voto ser em urnas eletrônicas sem voto impresso?
95%a favor e 5% foram presos, agora tente anexar …..
A parte interior de Esseguibo só pode ser acessado pela Venezuela passando por território brasileiro, sua logística tem que passar por território brasileiro. A pergunta é? O anão diplomático, ladrão condenado, corrupto e vigarista lula vai dar salvo conduto as tropas de maduro? O comandante do exército melancia Tomás calabar covarde, fraco e omisso vai aceitar essa humilhação?
Estou achando que os venezuelanos estão “autorizando” e incentivando o regime para que entre nessa aventura .
Esse será o meio mais rápido de se livrarem do maduro e sua turma.
Posso estar enganado mas é o que está me parecendo .
Nove milhões disseram sim , e o que dizem os outros vinte milhões de venezuelanos?
isso não aparece no referendo.
Acho uma amostragem um tanto baixa para uma empreitada desse porte.
Esse jornalista devia estar na grobis. Notícia a farsa como se fosse uma coisa séria. Nem eu saberia votar nisso, e se fosse venezuelano jamais votaria sim para essa loucura descabida. Por outro lado, é bom que esse cretino tente essa loucura e seja derrotado pelos países aliados da Guiana e resgate o sofrido povo venezuelano. Roubar o que é dos outros é com o pt, portanto o grande e infinesimamente incompetente “dipromata” brasileiro deve dar apoio a essa sandice.
Pelo mar não dá porque os americanos e ingleses só estão esperando o “El Bigodón” das as caras pelo meio, também não dá porque é selva fechada e tem um paredão a pique no meio do caminho e também acho que os rios que são afluentes do rio Essequibo creio não serem navegáveis para grandes barcos e é fácil caírem em uma emboscada. Resta então por via terrestre em Roraima, e aí, vai invadir? Pelo menos é a solução mais fácil. Ou vai deixar isso prá lá? Agora ficou numa sinuca de bico.