Nas regiões portuárias de Valência e Algeciras, na Espanha, mais de mil agricultores se concentraram para marchar em protestos contra as políticas agrícolas estabelecidas pela União Europeia (UE). As mobilizações estão acontecendo desde a manhã desta quinta-feira, 22.
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Os trabalhadores exigem a simplificação das burocracias impostas pelo bloco e o aumento do auxílio estatal. Eles também argumentam que as medidas ambientais, junto de altos custos com energia e combustível, reduzem os lucros do setor agrícola.
Na quarta-feira 21, os protestos dos produtores rurais foram na capital espanhola, Madri. Além de Valência e do Porto de Andaluzia, há atos programados em outras cidades, como Saragoça.
Em vídeo publicado no YouTube, Andrés Góngora, secretário provincial da organização agrária Coag, disse que os atos na Andaluzia foram realizados pelo “significado que o porto tem em termos da concorrência desleal” de outros países, em especial, do Marrocos. É a primeira vez em que o país africano é citado como um problema para os agricultores espanhóis. As duas nações são separadas pelo Estreito de Gibraltar, entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo.
Também reconhecendo as manifestações em Valência, Góngora declarou que os protestos dos agricultores “não vão parar”.
Assim como em outros países da União Europeia, os agricultores espanhóis são contra as medidas ambientais impostas aos produtores rurais. De acordo com eles, as medidas da Política Agrícola Comum imposta pelo bloco econômico afetam a competitividade do setor.
Protestos de agricultores tomaram conta da Europa
Os protestos foram iniciados por agricultores franceses, em 18 de janeiro. Posteriormente, as manifestações de profissionais do setor agrícola se expandiram para mais de dez países da UE.
Alguns temas revoltam os agricultores, como:
- crescentes custos de produção;
- aumento do preço do diesel; e
- rígidas normas ambientais no continente.
Uma das pautas mais polêmicas envolve as políticas ambientais propostas pela UE. O bloco pretende, por exemplo, proibir o uso de fertilizantes nitrogenados, de pesticidas e de antibióticos nas plantações.
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O órgão europeu tenta justificar a decisão sob o argumento de que esses produtos químicos contaminam a água subterrânea. Mesmo diante da tensão criada com a categoria, a UE, até o momento, não apresentou soluções para as reivindicações dos trabalhadores rurais do continente.
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