O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, anunciou nesta quinta-feira, 14, que vai entregar o pedido de renúncia do cargo ao presidente do país, Sergio Mattarella. A escolha pela demissão acontece depois de perder o apoio do partido Movimento 5 Estrelas (M5S), grupo político da coalização do governo, em uma votação no Senado.
A crise na terceira maior economia da União Europeia (UE) foi desencadeada quando o atual líder do M5S, Giuseppe Conte, informou na quarta-feira que os senadores de seu partido populista se ausentariam da votação que aprovaria o pacote de medidas para combater o aumento dos preços e das taxas de juro na Itália.
O decreto-lei de ajuda econômica disponibilizaria cerca de € 23 bilhões ( cerca de R$ 125 bilhões) para famílias e empresas do país. Sem o apoio do grupo de confiança, o primeiro-ministro Mario Draghi disse que não permanece no cargo e que o seu governo não poderia continuar, já que a coalização perdeu a sua maioria de senadores.
A moção passou com 172 votos a favor e 39 contra no Parlamento italiano. De acordo com Giuseppe Conte, a abstenção dos senadores em comparecer ao Senado diz respeito a um projeto de Dragui no pacote de medidas, que planeja construir um incinerador de lixo para Roma. Para o M5s, a proposta é considerada cara, poluente, ineficiente e ultrapassada como tecnologia. Além disso, segundo o grupo, o decreto bilionário de ajuda social perante a crise é insuficiente para ajudar a Itália a se reerguer.
Chegada ao poder
Mario Draghi foi nomeado primeiro-ministro em fevereiro de 2021 pelo presidente da Itália Sergio Mattarella. Ele foi escolhido para realizar as principais reformas de recuperação da economia, afetada pela pandemia de covid-19. O professor e economista substituiu Giuseppe Conte do poder, que promoveu uma série de lockdowns como tentativa de enfrentar a disseminação do vírus no país.