Cientistas da Sociedade Astronômica Americana (AAS) divulgaram, nesta semana, na 244ª reunião da ASS, um estudo que confirma uma colisão de asteroides gigantes no sistema estelar de Beta Pictoris, vizinho do planeta Terra.
O documento apresentado na reunião explica que o telescópio James Webb detectou uma significativa diminuição na quantidade de poeira espacial ao redor da estrela. Há 20 anos, o telescópio espacial Spitzer observou muita poeira em Beta Pictoris. Segundo os especialistas, isso confirma a mega colisão.
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“Beta Pictoris está em uma idade em que a formação de planetas na sua zona de planetas terrestres ainda está em curso, através de colisões de asteroides gigantes”, explicou a astrônoma líder das pesquisas, Christine Chen. “Então, o que poderíamos estar vendo aqui é basicamente a formação em tempo real de planetas rochosos, como a Terra, e outros corpos celestes.”
Um “laboratório” em Beta Pictoris para entender a Terra
A colisão no sistema vizinho foi gigantesca e pulverizou grandes corpos celestes em partículas de poeira fina. A ciência considera o evento como raro e importante, já que é possível observar de perto o nascimento e a evolução de sistemas planetários. Isso pode mostrar “a olho nu” como foi a formação da Terra.
“A questão que queremos entender é se todo este processo de formação de planetas terrestres e gigantes é comum ou raro”, disse a coautora do estudo, Kadin Worthen. “Será que sistemas planetários como o sistema solar são tão raros?.”
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O sistema de Beta Pictoris está localizado a apenas 63 anos-luz da Terra, distância extremamente pequena em escalas astronômicas. Isso significa que, viajando à velocidade da luz (300 mil Km/s), a viagem até lá demoraria 63 anos. A efeito de comparação, a Via Láctea tem um diâmetro de 105,7 mil anos-luz.