Remédio para o diabetes trouxe resultados positivos no tratamento de coronavírus em mulheres, conforme estudo
Um medicamento chamado metformina, utilizado no controle do diabetes, pode ajudar no tratamento de mulheres que contraíram o coronavírus e estejam em estado grave. O estudo, ainda em fase preliminar, conforme divulgado, está sendo realizado pela Universidade de Minnesota, na região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos.
Esse trabalho foi realizado com 6.256 pessoas que tiveram de ser hospitalizadas em razão do coronavírus. Tratava-se de pacientes com diabetes e/ou obesidade. A pesquisa detectou que ocorreram menos mortes entre mulheres medicadas com metformina durante pelo menos 90 dias antes da internação em comparação com aquelas que não haviam tomado o medicamento.
A pesquisa quantificou essa diminuição do risco de morte em 24%. Essa redução só aconteceu entre as mulheres; em relação aos homens, não foram verificadas diferenças.
“Sabemos que a metformina tem efeitos diferentes em homens e mulheres. No teste de prevenção do diabetes, a substância reduziu a PCR (marcador de inflamação, medida por meio da concentração da proteína C reativa, produzida pelo fígado) duas vezes mais em mulheres do que em homens”, afirmou Carolyn Bramante, coautora do estudo na Universidade de Minnesota, informa o jornal digital Poder360.
Conforme o estudo feito pela universidade dos EUA sugere, o medicamento reduz os níveis de TNF-alfa mais nos homens que nas mulheres. Essa proteína aparenta piorar a inflamação causada pelo coronavírus.
O estudo norte-americano sugere que a substância pode reduzir os níveis de TNF-alfa (uma proteína de inflamação que parece piorar a doença) em maior extensão nas mulheres do que nos homens.
“O fato de detectarmos o benefício apenas nas mulheres pode sugerir que os efeitos da metformina no TNF-alfa são a razão pela qual ela ajuda na covid-19”, afirmou o estudo.
Os pesquisadores afirmam que um maior número de ensaios clínicos ainda é necessário para confirmar, ou não, se o metformina pode auxiliar no tratamento do coronavírus.
Dexametasona
A dexametasona, um corticoide de baixo custo, reduz em até um terço a taxa de mortalidade em casos graves do coronavírus. A pesquisa foi realizada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, uma das mais prestigiadas do mundo.
“A dexametasona não é cara na prateleira e pode ser ministrada imediatamente para salvar vidas em todo o mundo”, afirmou Peter Horby, pesquisador e colíder do teste.
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Por essa razão, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, fez um apelo ontem para que se aumente a produção mundial do fármaco. De acordo com a indicação da OMS, o medicamento só deve ser usado em pacientes em estado grave.