Na segunda conferência de imprensa desta quinta-feira, 14, o porta-voz do presidente argentino Javier Milei informou que o governo aplicará punições severas para quem cortar a livre circulação dos argentinos.
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“Por instrução do presidente da nação e aplicando o conceito de ‘tudo dentro da lei, nada fora da lei’, esta tarde a ministra da Segurança Patricia Bullrich anunciará o protocolo”, disse o porta-voz Manuel Adorni, segundo o jornal Clarín.
O documento recebeu a denominação de “Protocolo para a Manutenção da Ordem Pública em caso de encerramento de vias de circulação”.
Foram incluídos nesta lista “quem transporta, quem organiza e quem financia” protestos contra o governo.
A consultoria Diagnostic Poítico, diz o Clarín, divulgou estudo informando que, só em novembro, ocorreram 568 piquetes em todo o país.
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Os maiores registros foram ocorrências em Buenos Aires (101), Santa Fé (57) e CABA (50). Este foi um valor intermediário entre o pico do conflito ocorrido em agosto, com um recorde de 882 e o piso que foi em janeiro, com 356.
Milei, em seu primeiro discurso, tinha alertado que o seu plano de governo visava “um país onde aqueles que bloqueiam a rua, violando os direitos dos seus concidadãos, não recebam assistência da sociedade”.
Protestos encaminhados
A entidade Polo Obrero, comandada por Eduardo Belliboni, já confirmou uma mobilização para o dia 20 de dezembro.
“Temos uma mobilização prevista para 20 de dezembro que apela a todos aqueles que querem defender os direitos dos trabalhadores”, disse.
Belliboni não descartou a reação do governo e acredita “que haverá golpes, porque as ameaças não são feitas em vão”.
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Não será, no entanto a primeira manifestação contra o governo Milei. Esta já foi realizada pelo piquetero Raúl Castells, do Movimiento Independiente de Justicia y Dignidad (MIJD).
A marcha ocorreu na calçada em frente ao antigo Ministério do Trabalho e foi escoltada pela polícia, sem interromper o trânsito.
“Estamos liderando um dia de luta exigindo a restituição de mercadorias para cozinhas populares em todo o país e um aumento nas cotas para planos sociais para trabalhadores desempregados”, disse Alexis Marino, membro do MIJD, ao Télam.
“Faltam 12 dias para o Natal e, nestas condições, há 25 milhões de pessoas neste país que não têm possibilidade de ter uma mesa posta com comida para passar o feriado.”