O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, chamou o alto representante para Política Externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, de “sem-vergonha” nesta quinta-feira, 29, depois de Borrell declarar que os países do bloco não reconhecem a “legitimidade democrática” do ditador Nicolás Maduro.
Yván Gil criticou Borrell nas redes sociais, acusando-o de levar a UE ao “colapso” e de se submeter a Washington. O ministro da Venezuela também mencionou o apoio de Borrell a Juan Guaidó, que foi reconhecido como líder da oposição pela UE entre 2019 e 2022.
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“O sem-vergonha Borrell, o mesmo que há anos está levando a União Europeia à beira do colapso, aquele que se ajoelha perante o massacre e o genocídio na Palestina e aquele que falhou ao promover um palhaço como [o líder oposicionista venezuelano Juan] Guaidó [que teve um governo paralelo ao de Maduro entre 2019 e 2022, reconhecido pela UE] na Europa, agora quer ignorar as instituições democráticas da Venezuela”, escreveu Gil na rede social Threads.
O ministro ainda fez uma referência à história de independência da Venezuela, afirmando que os comentários do alto-comando para Política Externa da UE de “irrelevantes” e que o “seu novo Guaidó também fracassou” em referência ao oposicionista Edmundo González, que teria vencido as eleições presidenciais de 28 de julho segundo atas de votação disponíveis on-line. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral e o Tribunal Supremo de Justiça proclamaram Maduro vencedor sem apresentar provas.
“Na pátria de [Símon] Bolívar, onde expulsamos com sangue e fogo os impérios europeus de nossas terras, não nos importamos com seus comentários, sabemos que seus joelhos não aguentam mais as ordens de Washington, mas a Venezuela deve ser respeitada, aqui triunfou a Constituição e a democracia, dedique seus últimos dias de mandato a assumir todas as derrotas que sofreu, deixe-nos em paz, chega de tanta interferência”, declarou.
Declarações de Borrell sobre o regime de Maduro na Venezuela
Na última quarta-feira, 28, Josep Borrell afirmou que os países da União Europeia não reconhecem a “legitimidade democrática” de Nicolás Maduro devido à ausência de registros eleitorais na Venezuela.
“Ele continuará a ser o presidente de fato, sim, mas negamos a legitimidade democrática com base em um resultado que não pode ser verificado”, disse Borrell, acrescentando que os países membros decidiram não impor novas sanções ao país, embora mantenham sanções contra 55 figuras políticas do país.
Nesta quinta-feira, 29, os ministros de Relações Exteriores da UE concordaram em não reconhecer a vitória eleitoral reivindicada por Maduro, mas não chegaram a um consenso sobre reconhecer o triunfo da oposição, informaram fontes diplomáticas espanholas à Agência EFE.
Só o fato de responder , compromete sua narrativa de não se incomodar com os comentários do líder da UE.