O Ministério Público (MP) da Venezuela emitiu um mandato de prisão contra Juan Guaidó, ex-líder da oposição e ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela. O anúncio foi do procurador-geral do país, Tarek William Saab.
Segundo ele, o pedido foi por causa da gestão “negligente de ativos” da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) nos Estados Unidos.
O procurador-geral disse que irá solicitar que a Interpol emita um alerta vermelho para a captura de Guaidó. O pedido é baseado em investigações do Tribunal de Delaware, nos Estados Unidos.
“Foram designados promotores para emitir uma ordem de prisão contra ele e a respectiva solicitação de alerta vermelho da Interpol para que este indivíduo pague por esses crimes que a Justiça dos Estados Unidos da América está ciente e divulgando”, afirmou Saab.
Acusações contra Guaidó
De acordo com o procurador-geral, “Guaidó utilizou recursos da PDVSA para causar perdas próximas ou superiores a US$ 19 bilhões (R$ 98 bilhões)”.
Entre os crimes imputados a Guaidó, estão traição à pátria, usurpação de funções, obtenção ou extração de dinheiro, valores ou bens públicos, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela em 2019 e argumentou que a eleição de Nicolás Maduro havia sido uma fraude. Ele foi reconhecido como líder do país por diversas nações, como os Estados Unidos.
Saab ressaltou que o governo de Guaidó tem 23 investigações abertas no Ministério Público. Há outras 5 por irregularidades na empresa petroquímica Monómeros.
O que disse
Atualmente, Guaidó está exilado em Miami. Ele disse que não falaria com a imprensa, mas se manifestou nas redes sociais contra a prisão nesta quinta-feira 5.
“Assim funciona a máquina de promover mentiras da ditadura: a pós-mentira, para lavar sua propaganda e perseguir, física e moralmente, a oposição venezuelana. Informação falsa de um opinador, neste caso, um lobista: US$ 19 bilhões foram perdidos”, declarou o político.
“Quando se sabe que a emissão ilegal de títulos, desapropriações e hipotecas ao país causou as ações judiciais e prejuízos à nação, sem falar de El Aissami, Chávez, enfermeira, Odebrecht, etc. Repetição constante da mentira por perfis associados à ditadura.”
Há uma década, a Venezuela é comandada pelo ditador Nicolás Maduro, de 60 anos, por uma década. O governo é um regime autocrático e sem garantia de liberdades fundamentais. O regime tem mantido, por exemplo, pessoas presas pelo que considera “crimes políticos”.