O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste domingo, 25, que “essa história não acaba aqui”, ao se referir aos bombardeios realizados por Israel contra alvos do grupo terrorista Hezbollah no Líbano.
Em seu primeiro discurso depois do lançamento de centenas de foguetes pelo Hezbollah contra Israel, conta a Folha de S. Paulo, Netanyahu destacou que todos os projéteis foram interceptados antes de atingirem um alvo estratégico no centro do país.
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“Os líderes do Hezbollah e do Irã precisam entender que [os bombardeios contra o Líbano] foram outro passo na direção de alterar a situação no norte do país e permitir que nossos cidadãos retornem às suas casas — e que a história não acaba por aqui”, afirmou Netanyahu.
Israel mobilizou cem aviões de guerra. O bombardeio no Líbano foi uma ação preventiva que, segundo o governo israelense, impediu um ataque maior do Hezbollah. Mais de mil lançadores de foguetes foram destruídos.
O líder da oposição em Israel, Benny Gantz, criticou a resposta de Israel e a definiu como “fraca demais e tardia”. Ele argumentou que o governo Netanyahu deveria ter garantido o retorno dos moradores do norte do país até o início do ano acadêmico, em 1º de setembro.
Líderes das comunidades na fronteira com o Líbano expressaram frustração, afirmando que o ataque israelense só ocorreu porque a região central do país estava ameaçada. Gantz insistiu que o governo precisa mostrar resultados concretos ao invés de realizar pequenos ataques retaliatórios ao Hezbollah.
“É preciso sair do modo de reação e partir para a iniciativa”, observou Gantz.
“Peço que os membros do governo acordem. Venham viver no norte e sintam a dor dos moradores. A realidade por aqui precisa mudar.”
O Hezbollah negou que a resposta israelense tenha comprometido seu ataque, alegando que a ação foi uma retaliação ao assassinato do comandante Fuad Shukr, morto por forças israelenses em julho.
Um porta-voz do grupo terrorista afirmou que novos ataques foram adiados por “considerações políticas”, principalmente pelas negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza mediadas pelo Egito neste fim de semana.
O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, pediu que não houvesse uma nova escalada de tensões na região durante um encontro com o general americano Charles Brown, do alto comando do Pentágono. Segundo nota do governo egípcio, al-Sisi “fez um alerta contra os perigos de um novo front no Líbano e enfatizou a necessidade de preservar a estabilidade e a soberania daquele país”.
Implicações militares e perdas humanas
O porta-voz do Hezbollah afirmou que a milícia planejou o ataque de forma a evitar uma guerra generalizada na região. O grupo tem apoio do Irã, cujo envolvimento direto poderia provocar uma resposta dos Estados Unidos, principal aliado de Israel.
Nas últimas semanas, Washington mobilizou uma série de ativos militares, entre os quais o envio de um submarino nuclear e a presença de um porta-aviões na região.
Pelo menos três pessoas morreram no Líbano nos ataques deste domingo, enquanto não há relatos de mortes em Israel. O Ministério da Defesa israelense reiterou que não busca uma guerra total contra o Hezbollah e declarou estado de emergência por 48 horas.
Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), aproximadamente 210 foguetes e 20 drones foram lançados do Líbano em direção ao norte de Israel. O Hezbollah afirma ter lançado 320 foguetes contra 11 alvos militares.
Em resposta, Israel bombardeou 40 alvos no Líbano e destruiu milhares de lançadores de foguetes, muitos dos quais estavam prontos para disparar contra bases das FDI no norte e no centro do país.