A Justiça dos EUA arquivou a ação judicial que acusava a banda Nirvana de pornografia infantil. O processo é referente à capa do disco Nevermind (1991), em que um bebê de quatro meses aparece sem roupas debaixo d’água.
Dez anos depois de saber da existência do álbum, Spencer Elden, a criança que está na foto de capa, entrou com uma ação na Justiça alegando que a banda o explorou sexualmente. Conforme a decisão do juiz Fernando Olguin, na sexta-feira 2, Elden demorou muito tempo para acusar o Nirvana, por isso o processo foi arquivado. O homem queria uma indenização de R$ 800 mil.
Os membros da banda também estavam inclusos no processo: Dave Grohl, Krist Novoselic, Courtney Love (viúva do vocalista Kurt Cobain), gravadoras de discos e o fotógrafo Kirk Weddle. A foto do bebê foi tirada no Pasadena Aquatic Center, na Califórnia, no mesmo ano em que o disco foi lançado. Na imagem é possível ver Elden indo em direção a uma nota de dólar pendurada com um anzol.
Em 2016, Elden participou de outro ensaio fotográfico para recriar a mesma foto como um adulto e com Nevermind tatuado no peito. No processo, iniciado em 2021, o homem alegou que os prejuízos, incluindo sofrimento emocional e perda de capacidade de renda e “prazer” na vida, continuaram quando ele se tornou adulto.
Segundo o magistrado, por essa lógica Elden poderia processar a banda indefinidamente. “Elder não alega saber de uma violação que ocorreu quando ele era menor de idade ou uma lesão que constitui a base da reclamação dentro de dez anos após a apresentação desta ação”, escreveu o juiz na decisão. O homem apresentou três versões na queixa à Justiça. No entanto, agora ele não pode mais entrar com ações, pois o caso foi arquivado.
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