Cancelamento de shows e festivais afeta setor que lucra mais de US$ 20 bilhões por ano
A indústria musical foi muito abalada pelo coronavírus. Somente nos últimos dias, festivais, como o Coachella Tomorrowland, e turnês do BTS, Madonna e Green Day foram adiados ou cancelados. Segundo a revista Rolling Stone, somente no ano passado o setor da música lucrou mais de US$ 26 bilhões.
Só para ter uma ideia, o Festival de Coachella, que deveria acontecer em abril e foi adiado para outubro, levou, em sua edição de 2019, mais de 60 mil pessoas para a cidade de Indio, na Califórnia. De acordo com estimativas do prefeito da cidade levantadas pela revista americana, Indio lucrou mais de US$ 1,4 bilhão com o festival.
Para a professora Kristen Jaconi, diretora do programa de Gerenciamento de Risco da Faculdade de Economia da Universidade do Sul da Califórnia, a pandemia é o maior desafio para a indústria do entretenimento desde a crise de 2008. Conforme suas estimativas, ainda faltam dados e uma perspectiva de melhora para que os shows e festivais possam ser retomados. A Forbes estima que o setor da música deve perder pelo menos US$ 5 bilhões em 2020.
Já Kevin Kennedy, analista da indústria musical na IBISWorld, diz que a crise não poderia vir em hora mais prejudicial para o setor, pois nos próximos meses — primavera e verão no Hemisfério Norte — é que ocorrerão os principais shows e festivais. Ele afirma que as grandes companhias do setor estão mais preparadas e que as pequenas empresas sofrerão as consequências mais duras.
O analista da IBISWorld acredita que o pior ainda pode estar por vir. Caso ocorra uma crise econômica com consequente diminuição da renda da população, a indústria da música terá recuperação mais lenta, mas ela vai conseguir se recuperar.