Série
O Servo do Povo (HBO)
Cena 1: três homens poderosos e sinistros tomam champagne no alto de um terraço e conspiram para eleger um títere que governe a Ucrânia em nome deles. Um pacato professor chamado Vasily tem um ataque de fúria contra a corrupção no país. Um dos alunos grava o piti do professor. O vídeo faz sucesso no YouTube, o professor se torna uma personalidade nacional e é eleito presidente do país. A série O Servo do Povo, que conta essa história, se torna um grande sucesso, dura três anos e 51 episódios.
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Cena 2: o ator que interpreta o professor Vasily, Volodymyr Zelensky (também produtor e criador da série) se transforma numa personalidade nacional e se envolve com a política. Muito popular na série, Zelenski se candidata e é eleito presidente da Ucrânia.
Cena 3: Volodymyr Zelensky poderia passar por um caso bizarro onde um comediante que faz o papel de presidente e é eleito para o cargo. Mas Vladimir Putin, o todo poderoso presidente da Rússia, decide tomar a Ucrânia. Pensou que seria fácil. Afinal, o país é comandado por um comediante. Mas a Ucrânia resiste e Zelensky se torna um herói internacional.
É tudo tão surreal que esta série nem precisa ser tão boa assim para atrair nossa atenção. Tornou-se uma parábola dentro de uma parábola.
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Ronald Reagan era artista e foi um dos melhores presidentes que os EUA já tiveram. Zelensky está se mostrando um líder muito maior que Putim, Macron et caterva. Não é pusilânime. Não é covarde. E está dando uma bela lição na corrupta e imperialista Rússia.
Puxa, cogitei retornar à RO como assinante, mas depois desta reportagem, estou fora. O último bastião da honestidade jornalística caiu.
Surreal. Tá aí, deu no que deu. Hoje o astro do Rock vai falar em Davos. Tempos macabros.