A invasão da Ucrânia pela Rússia deu início a uma crise humanitária e econômica em todo o mundo, segundo editorial publicado na terça-feira 24 pelo The Wall Street Journal. As potências globais precisam de uma estratégia para quebrar o bloqueio da Rússia aos portos ucranianos, de maneira que estes possam exportar alimentos e outras mercadorias.
“Isso significa criar um plano para usar navios de guerra que possam escoltar navios mercantes para fora do Mar Negro”, diz o jornal.
Mariupol, cidade onde está localizado um porto estratégico no Mar de Azov, foi destruída. A Ucrânia ainda possui Odessa, mas os navios de guerra do Kremlin não permitem a entrada ou saída de navios comerciais daquele porto.
“As consequências incluem escassez e preços mais altos de alimentos à medida que aumentam as perspectivas de que a produção agrícola anual da Ucrânia não chegará aos mercados mundiais”, observa o conselho editorial.
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A importância da Ucrânia
Faz sentido: Kiev exporta cerca de 14% do milho mundial, 10% de seu trigo e 17% de cevada, de acordo com o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos. Aproximadamente 50 países dependem da Rússia e da Ucrânia para obter 30% do trigo consumido por suas populações.
“Estima-se que há 22 milhões de toneladas de grãos em silos na Ucrânia neste momento”, disse o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken. “Esses alimentos poderiam ajudar os necessitados se pudessem sair do país.” Na mesma toada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, acrescentou que a Rússia “está usando a fome para exercer o poder”.
A comissão tem tentado ajudar a transportar as mercadorias mais rapidamente, mas a Ucrânia e o restante da Europa dependem de diferentes infraestruturas ferroviárias. Em tempos normais, os portos do Mar Negro representam 90% das exportações de grãos e oleosas da Ucrânia.
O Ocidente precisa acordar
“O mundo civilizado terá de agir em breve, para evitar que isso se torne uma crise humanitária ainda maior”, afirma o The Wall Street Journal. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, está buscando chegar a um acordo para liberar as exportações ucranianas. Em abril, o representante da ONU visitou Moscou e conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Mas não deu resultado.
“Pedir misericórdia ao líder russo provou ser uma missão tola”, considerou o jornal. “Putin não se importa em infligir mais dor à Ucrânia; ele provavelmente vê a pressão alimentar global como uma maneira de fazer a Otan e outras nações pressionarem Kiev, de modo a resolver a guerra em seus próprios termos. O mundo terá de fazer mais para prevenir a fome e o risco de crise generalizada que o aumento dos preços dos alimentos poderia desencadear. Lembre-se de como a Primavera Árabe começou na Tunísia.”
Se a diplomacia não funcionar, o ex-general do Exército dos EUA Jack Keane sugere que uma operação internacional para escoltar a comida produzida na Ucrânia poderá ser necessária. “Funcionaria como uma coalizão voluntária, e não como um projeto da Otan que permitiria a Putin dizer que é mais uma provocação da aliança militar ocidental”, ressaltou o periódico.
Tinha uma Turquia no meio do caminho…
Um obstáculo prático é a negociação com a Turquia, que controla o acesso ao Mar Negro desde a Convenção de Montreux de 1936 (um tratado que deu a Ankara o controle da região). O presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, não quer ofender a Rússia. Mas também está sofrendo uma enorme pressão mundial para permitir uma possível missão humanitária, que dependerá do fluxo de navios exportadores no Mar Negro.
“Há riscos militares”, alerta o jornal. “Um deles são as minas que a Ucrânia colocou para dissuadir um ataque naval russo a Odessa. Mas os EUA têm navios com capacidade de desarmar esses artefatos.”
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Os críticos alegam que uma missão de escolta seria arriscada, considerando-a uma versão naval da proposta de zona de exclusão aérea. “É muito diferente”, rebate o The Wall Street Journal. “Os navios de escolta ficariam em águas internacionais. Não estariam negando essas águas aos navios russos, mas apenas garantindo que os navios comerciais possam viajar com segurança. Nenhum empenho militar seria necessário se a Rússia não interferisse.”
Washington reuniu aliados para cumprir duas missões semelhantes nas últimas duas décadas. No fim dos anos 1980, os navios norte-americanos protegeram petroleiros kuwaitianos que navegavam para fora do Golfo Pérsico durante a Guerra Irã–Iraque. O governo do ex-presidente Donald Trump (2017–2021) liderou uma coalizão similar em 2019, quando decidiu proteger os petroleiros que se deslocam pelo Estreito de Ormuz.
“A invasão de Putin está entrando em seu quarto mês e poderá continuar por muito mais tempo”, avalia o jornal. “O sofrimento econômico aumentará, e a escassez de alimentos se transformará em estresse político em todo o mundo. Se Putin não ceder, o mundo civilizado, liderando pelos EUA, terá de encontrar uma maneira de quebrar o bloqueio alimentar ucraniano.”
Leia mais: “Como a invasão da Ucrânia mudou a História”
kkkkkkk
É CADA imbecil esse WOKE viu…
VÃO LÁ!! tentem!
Querem um pretexto pra entrar na guerra???
Façam isso..juntem uma esquadra, peguem um TEMA bonitinho “Não a Fome Mundial”…e vão lá serem torpedeados. Quem garante que dentro dessa “frota” não terá ARMAS??!
DEPOIS QUE CAUSAREM UMA GUERRA NUCLEAR …não chorem viu!
Escrevem que eu DIGO… Se ficarem indo atrás dessas declarações dos lideres malucos e corruptos ucranianos…A RUSSIS VAI USAR SIM ARMAS NUCLEARES.
Eu não votei em BIDEM e nem sou fã dos inglese franceses… nunca autorizei esses canalhas a causarem/provocarem um guerra mundial em nome de aceitar Ucrânia na OTAN
Se essa conversa prosseguir a Rússia vai tomar Odessa para si.
Sou contra qualquer guerra e pergunto: os bloqueios econômicos propostos por Biden não funcionaram? E os US$ 40 bilhões destinados a ajudar a Ucrânia? Falta ainda tentarem a bebedeira da paz, proposta por um conhecido ex-presidiário brasileiro.