Ruína, pronto. Poderia encerrar aqui, mas vamos desenvolver um pouco mais, utilizando os casos dos próprios promotores do assunto e como eles sentiram na pele. Ou melhor, seus acionistas sentiram, as quedas de lucros em diversos setores e até prejuízo em outros.
Provavelmente você já ouviu falar da sigla ESG, mas caso não saiba, ela significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). Por não ter um arcabouço teórico real, o “conceito” acaba tendo diversos usos. Ele é aplicado dentro de uma empresa em sua rotina, na sua estrutura ou funcionamento e até mesmo para realizar uma avaliação analítica imersa nesta óptica. Exatamente por ser muito difusa, acaba incorporando mais ideários do que a verdade do mundo real.
Quando lemos os textos referentes ao assunto, informados por diversas empresas que aplicam ESG, observamos que todos estão cheios de palavras-chave sem significado real, mas que representam a pura abstração. Não passam de uma burocracia propagandística. São poucos os pontos reais de problemas que merecem enfrentamento físico, como por exemplo, o tratamento de efluentes, o uso de água racional e o lixo. No âmbito humano, que envolve o social, boa parte é intrínseca aos relacionamentos humanos, que por ética e bom senso, já deveriam ser práticas cotidianas. De resto, a maior parte é perfumaria que segue agendas, disfarçando-se de promotora de oportunidades ou coisas semelhantes — como o acesso aos cargos de chefia que podem trocar competência, sabedoria e mérito pelo sexo do proponente.
Este é o principal problema quando uma metodologia empresarial, fabril ou de negócios é influenciada e até mesmo perigosamente gerida por algo com maior âmago ideológico do que prático, passando por cima ou anulando conceitos tradicionais das teorias econômicas e de sua ciência envolvida. Em especial, quando as pessoas comuns se sentem denegridas, humilhadas e não representadas pelo ideário envolvido em ESG e passam a optar por qualquer outro produto ou serviço livre de tais engendramentos. O resultado acaba surgindo em algum lugar, seja na eficiência, na dinâmica da empresa ou nos lucros, chegando até mesmo a comprometer a existência da instituição, pois ela acaba perdendo o seu objetivo e propósito principal.
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Vimos recentemente alguns bancos dos Estados Unidos falirem, pois investiram somas exorbitantes em projetos sociais de cunho duvidoso, em especial, movimentos sociais que jamais trariam o retorno dos valores investidos. Eles acreditavam que conseguiriam cotas de investimentos governamentais e isenções fiscais. De fato, não se preocuparam com o dinheiro de quem era o maior financiador da própria instituição bancária: seus clientes!
Lembro-me, desde de 2012, de alertar em todos os meus pronunciamentos públicos sobre a fraude do “aquecimento global”, de como ele se tratava de um jogo geopolítico, engendrado em ideologia vagabunda, e de como não fazia sentido dificultar, encarecer e taxar cada vez mais o sistema produtivo mundial, justamente porque nunca houve uma “emergência climática”. Isto levaria tudo à ruína. Não existe almoço grátis. Mesmo assim, nesta trajetória de mais de dez anos, os mecanismos ideológicos para a implementação das agendas verdes ambientalistas foram tomando suas proporções, abarcando inicialmente os agentes governamentais, tomando as casas legislativas pelo mundo e aprofundando-se nas mentes das pessoas pela mídia e pelas instituições educacionais. Sim, seus filhos são o exército do futuro para essa gente! Vide a oportunista Greta.
Para os países que estão na frente dessa agenda, a conta já iniciou a sua cobrança, pois cada vez mais, começaram a auferir os prejuízos. O mais interessante que os mesmos propagadores deste caos, os grandes fundos de investimentos, são os primeiros a pedirem arrego desta cruzada infrutífera. Esta ideia de montar um “esquema” e depois pular fora também fez parte dos alertas que pronunciei desde a conferência Rio+20, em 2012. Na época, observamos que os países do primeiro mundo foram deixando de lado seus “compromissos”. Contudo, essas mesmas nações seguiram exigindo que os países mais pobres continuassem na sua empreitada — afinal, estavam sendo muito bem extorquidos pelo protocolo de Kyoto. Alertei que quem pagaria a conta da fraude aquecimentista, hoje climática, seriam justamente os países em desenvolvimento.
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Hoje, vemos isto acontecer da mesma forma no ESG. Os principais propagadores fervorosos do mantra que virou sigla, os fundos de investimento multibilionários BlackRock e Vanguard, vão se mostrando desfavoráveis em continuar na empreitada, depois de começarem a auferir suas perdas financeiras.
No caso da BlackRock, seu fundador, Larry Fink, pronunciou que o “movimento ESG” foi longe demais e que a empresa fará de tudo na solução para impedir que seus excessos destruam a economia dos EUA. Este primeiro passo surgiu quando a empresa anunciou que reduziu o apoio às demandas ambientais e sociais solicitadas pelos acionistas.
O CEO da empresa votou na aprovação de apenas 7% das propostas apresentadas para o ano de 2023, valor expressivamente menor quando comparado com os 22% de 2022 e os exorbitantes 47% de 2021. Segundo a empresa, diversas destas propostas apresentadas pelos acionistas estavam exagerando, não tinham mérito econômico (fundos sem retorno) ou simplesmente eram redundantes às outras propostas já apresentadas, tornando-as simplesmente fuga de capitais, como relatou Charles Gasparino, do New York Post.
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Não é diferente com a Vanguard e Fidelity. Seus objetivos de ESG da última década levaram as empresas a reduzir sua “pegada de carbono”, refletindo em quais empresas e fundos poderiam investir, como por exemplo, a indústria de petróleo e a inclusão de mais “diversidade” nos conselhos corporativos, afetando claramente a direção no tocante às necessidades de decisões estritamente técnicas.
Segundo Breck Dumas, da Fox Business, o Grupo Vanguard aprovou apenas 2% das resoluções ESG trazidas pelos acionistas em 2023, ante os 12% de 2022. Assim, fez coro com a BlackRock. A empresa rejeitou significativamente investimentos no movimento ESG, em especial, sobre os itens climáticos e sociais, significativamente nos EUA, onde a Vanguard Investment Stewardship recebeu em 2023, 359 propostas, 23% a mais que em 2022.
Em geral, conforme Gasparino elencou, o motivo dos gigantes do investimento e fervorosos defensores de ESG a reduzirem ao máximo possível seus compromissos com o movimento levou em conta dois fatores. São eles: a infiltração do movimento de esquerda através de acionistas, digamos, “disfarçados” e a proibição clara em investimentos na indústria do petróleo e gás, estritamente por causa da distorcida política de “mudança climática” e sua falsa emergência. No final das contas, não apenas isto, mas também a queda bruta de lucros e dividendos.
Dos diversos exemplos, temos o pessoal de direita e conservador, dentro do governo dos estados nos EUA que rescindiram contratos com os gerenciadores de dinheiro que exigiam ESG. Em outro caso, Gasparino citou a discussão de Fink com um esquerdista e gerente da BlackRock em Nova York, Brad Lander que queria simplesmente alterar os investimentos dos fundos de pensão dos policiais, bombeiros e professores aposentados da cidade, forçando-os a retirar significativos valores aplicados em ações das empresas de petróleo. Assim, ele mostrou claramente o descaso com o dinheiro alheio dos aposentados, perigo este já visto aqui no Brasil, mas por outros motivos (Petros, Postalis etc.) e também na Alemanha, quando fundos de aposentados foram colocados em empresas eólicas que faliram.
Ressalta-se que a BlackRock, apesar de toda a sua conversa sobre ESG, continua a manter sua posição como a maior investidora global em petróleo e gás. Se o esquerdista Lander conseguisse o que queira, não apenas destruiria a reserva e os retornos destes fundos de pensão, os quais deveria em tese proteger, mas também elevaria a inflação, já bem alta nos EUA.
A BlackRock é enorme, gerenciando mais de US$ 9 trilhões em ativos, tornando Fink o maior gerente de dinheiro mundial, mas a sua predileção por ESG já está com os dias contados — não só pelos problemas, mas também pelas taxas mais altas que tais empreendimentos exigem. De todo o montante da empresa, pelo menos US$ 4,1 trilhões não possuem nada de ESG e outros US$ 4,5 trilhões não usam a “metodologia” do movimento como prioridade. Desse modo, atualmente US$ 600 bilhões do fundo estão sendo influenciado intensamente por ESG (os quase 7%). Exatamente como disse uma vez uma das gerentes da GE estadunidense, em 2008, quando afirmava que, no fim do dia, o que interessa são os anseios e necessidades de seus clientes. O quanto ESG interferiu no recente desmonte da empresa deveria ser objeto de estudo.
Na Europa, ESG continua intenso e permanece sendo um dos principais obstáculos econômicos e certamente o caminho certo da derrocada. Já para os investidores da BlackRock, o movimento ESG vai se afastando e tornou-se apenas uma vitrine. Não interfere mais na tomada de decisões, em especial, as mais estratégicas de grandes investimentos para a empresa. Vale a pena ressaltar que eles foram os que mais propagaram tal ideário, por quase dez anos. Aqui no Brasil, tal movimento tomou corpo apenas em 2022. Ele é parte das tradicionais ondas tardias que atingem o terceiro mundo, sempre para objetivar mais lucros onde a historinha já não pega mais, pegando desprevenidos, corações e almas.
Deve-se lembrar que tal movimento sempre foi articulado como algo voluntário, classificado por agências de ranqueamento internacionais. Não teve o objetivo primordial de ser obrigatório, como ainda não é. Este alerta é dado especialmente às casas legislativas que pretendem cada vez mais obrigar as empresas a implementar medidas ESG, causando problemas, prejuízos e falências. Nada de novo ao Sol, para aqueles que só vieram para roubar, matar e destruir. Não adianta mostrar que é ruim. Precisamos experimentar. Afinal, no meu caminho, lá na frente, vi uma casca de banana no chão. Meu Deus, vou cair.
Enfim, preparemos o Brasil para mais este engodo que evidencia a clara interferência do Estado em atividades privadas gerenciais, afinal, precisamos de mais censura para combater o autoritarismo. No final das contas, se você implementar ESG em sua empresa ou negócio tenha a certeza que está caminhando para a sua própria destruição e ruína. Quanto menor você for, mais rápido isto acontecerá. Quem não acredita no Atalaia, pague para ver — vai sair caro.
ESG: enganam, surrupiam e gargalham
A realidade é que essa sigla não passa de roupagem alucinógena no mundo das maravilhas da Alice e seu país onde lobisomem de lua minguante encontra-se com saci de perna cruzada.
Com sempre, o conhecimento no Brasil é sempre raso.
Esta análise é perfeita, pois nos mostra o antes e o depois da imposição de uma agenda falida.
Ainda temos a sorte de não entrar tardiamente neste engodo. Mas parece que o que se passou não foi aprendido e vamos à fundo nos enfiar na lama.
Como você disse Ricardo, a ESG deveria ser uma opção razoável, e não uma obrigação imposta.