O ex-ministro da Defesa da Ucrânia Oleksii Reznikov pediu aos países aliados do Ocidente que não fechem nenhum acordo de paz com Moscou. De acordo com ele, o único objetivo da Rússia com a guerra é a “destruição” do país do Leste Europeu.
Na visão de Reznikov, nenhum tipo de acordo com o governo russo não irá acabar com o conflito. Ele abordou a questão em artigo para o jornal britânico The Guardian. No texto, ele afirma que a Rússia não irá recuar até conquistar o país inteiro.
“A Rússia demanda reconhecimento dos territórios ocupados em troca do fim da guerra”, afirma o ex-ministro da Defesa ucraniana. “Entretanto, é óbvio que é necessário usar recursos de negociação para ganhar tempo e reagrupar forças.”
Reznikov foi retirado do seu cargo no domingo 3, pelo presidente Volodymyr Zelensky. Segundo ele, a “receita da vitória” da Ucrânia na guerra se dá em quatro etapas;
- restaurar as fronteiras ucranianas determinadas em 1991;
- retirar as tropas russas do país;
- promover reparações na infraestrutura local; e
- punir aos “criminosos de guerra”.
O ex-ministro também sugere que acordos e leis internacionais sejam feitos para evitar futuras agressões ao território ucraniano.
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Além disso, Reznikov fez, no artigo para o Guardian, aceno a uma possível vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos que será realizada em 2024. Pediu para, caso o republicano volte a ser o presidente norte-americano, manter a campanha militar de apoio a Ucrânia.
“Peço união, bravura e ações reais”, escreve Reznikov. “Esse é o único modo de salvar o mundo da catástrofe de uma terceira guerra mundial.”
Demissão envolve novas estratégias
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, substituiu Oleksii Reznikov por Rustem Umerov que é membro do congresso ucraniano.
“Acredito que o ministério precisa de novas abordagens e outros formatos de interação tanto com os militares como com a sociedade em geral”, escreveu Zelensky, em comunicado publicado no domingo 3.
Oleksii Reznikov assumiu o comando do Ministério da Defesa da Ucrânia em 2021. Ele passou por mais de 550 dias de guerra.
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Falou o que todos sabem – os russos não são confiáveis.