A cena é forte, mas é revelada de forma suave. Mulheres que sofreram abuso dançam em roda, emanando da dura realidade uma tristeza que faz a violência expor em grau máximo o lado humano delas.
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Várias obras nesse estilo podem ser vistas na exposição Unindo Vozes Contra a Violência de Gênero, inaugurada nesta terça-feira, 30, no Conjunto Nacional, em São Paulo, e que reúne o trabalho de 15 artistas israelenses.
O intuito é trazer à tona a violência sexual cometida pelo grupo terrorista Hamas contra mulheres, durante e depois dos ataques de 7 de outubro. Os trabalhos buscam expressar a vitória da humanidade e frustrar os objetivos dos terroristas, que são os de destruir, depreciar, intimidar.
“Precisamos ampliar a visibilidade e o conhecimento sobre as atrocidades que ocorreram com as mulheres durante o massacre do 7 de outubro e com as que foram sequestradas e ainda estão lá”, afirmou o cônsul de Israel em São Paulo e Região Sul do Brasil, Rafi Erdreich.
“Temos que aumentar o volume, amplificar essa chamada a todas as organizações internacionais que defendem direitos de mulheres para que comecem a falar dessas atrocidades. Um fenômeno de terrorismo direcionado a causar pânico e medo entre as pessoas. Este é exatamente o propósito do Hamas.”
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O fato de tal manifestação ser feita pelo meio artístico não é por acaso, segundo ele. Os artistas Geffen Rafaeli, Hagit Frenkel, Keren Shpilsher, Marian Boo, Merav Shinn, Ben Alon, Noa Kelner, Omer Zimmerman, Or Yogev, Oren Fischer, Orit Magia Schwalb, Reut Asimani, Sigal Rak Viente, Tamar Kharitonov e Zoya Cherkassky assinam as obras com o propósito de chocar e enternecer. É uma forma, segundo o cônsul, de tratar a realidade brutal com uma dose de reflexão.
“A arte é uma forma importante de comunicação”, observa o diplomata israelense. “É muito difícil e doloroso publicar fotos verdadeiras que temos dessas atrocidades, é impossível. Assim, há uma perfeita tradução desta realidade com uma linguagem que possa atingir o público.”
Local conhecido e acessível
A exposição pode ser vista até o dia 21 de fevereiro e foi organizada pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) por meio do Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina (ELF).
A vice-presidente da Fisesp, Miriam Vasserman, que também é diretora da ELF, ressaltou que o local foi escolhido por ser muito conhecido e acessível na capital paulista. Ela afirma que, em Israel, várias formas de arte têm sido utilizadas para lidar com esta tragédia, que deixou 1,2 mil mortos e na qual mais de 200 se tornaram reféns.
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“Israel está encontrando na arte uma maneira de retratar os horrores do dia 7 de outubro em todas as áreas, seja na música, seja nas artes plásticas, em teatro, tudo”, afirma a dirigente da federação.
“Isso transcende, fica algo universal, é maior, atinge muito mais as pessoas. Cada uma se sensibiliza com alguma coisa, cada uma tem um pedaço de uma história de cada pessoa, em cada forma de arte. É algo muito amplo, fala com muitas pessoas e com a população maior, que é o que a gente quer, repudiar de todas as formas, com toda a veemência, o uso do corpo da mulher como arma de guerra.”