O jornal norte-americano The New York Times (NYT) divulgou que o Hamas estaria conseguindo fabricar seus foguetes a partir da reciclagem de projéteis não detonados disparados por Israel em Gaza. Segundo um especialista ouvido pela reportagem, as munições têm uma taxa de falha entre 10% e 15%.
“A munição não detonada é uma fonte principal de explosivos para o Hamas”, afirmou o ex-vice-chefe da Divisão de Desativação de Bombas da Polícia Nacional de Israel e consultor de polícia israelense, Michael Cardash.
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O arsenal de armas do Hamas
A publicação do NYT diz que o massacre ao sul de Israel mostrou que o arsenal improvisado pelo Hamas para os ataques era formado por drones fabricados no Irã e lançadores de foguetes fabricados na Coreia do Norte.
Porém, outras armas, como explosivos antitanques, ogivas de RPG, granadas termobáricas e dispositivos improvisados, eram armas israelenses reaproveitadas. As análises tiveram como base os vídeos feitos pelos próprios terroristas no dia 7 de outubro e publicados em seguida, além da verificação dos restos encontrados em Israel.
Segundo o NYT, membros de uma equipe forense israelense coletaram um dos vários foguetes disparados pelo Hamas em 7 de outubro. Ao examinar o projétil, descobriram que seu explosivo de grau militar provavelmente era originário de um míssil israelense não detonado, disparado em Gaza durante uma guerra anterior a atual em curso.
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O NYT não descartou a possibilidade de que o Hamas possa provocar ataques para recolher projéteis defeituosos, colocando a população civil palestina em risco.
Mas o jornal também não isenta a responsabilidade do governo israelense ao afirmar ter havido uma falha na logística das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Hamas já reciclou munição da Primeira Guerra Mundial
Ainda de acordo com o NYT, em 2019, os comandos Qassam, que são as brigadas armadas do Hamas, descobriram centenas de munições em dois navios militares britânicos da era da Primeira Guerra Mundial. As embarcações haviam afundado ao largo da costa de Gaza um século antes.
A descoberta permitiu que o Qassam fabricasse centenas de novos foguetes. A prática de reciclagem de armas teria ocorrido em várias outras oportunidades.
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Em 2014, após uma guerra, o Qassam montou equipes de engenharia para coletar munições não detonadas como projéteis de obuseiros e bombas MK-84 fabricadas pelos EUA.
“Nossa estratégia visava reaproveitar essas peças, transformando essa crise em oportunidade”, disse um comandante das brigadas Qassanm à TV árabe Al Jazeera em 2020.