O papa Francisco revelou nesta quarta-feira, 13, que já preparou seu túmulo, na Igreja de Santa Maria Maggiore, em Roma.
“Já preparei o meu túmulo em Santa Maria Maggiore. Quer ser sepultado em Santa Maria Maggiore devido à minha grande devoção”, declarou Francisco durante uma entrevista com a emissora mexicana N+.
Francisco não será sepultado nas cavernas abaixo da Basílica de São Pedro, como muitos antecessores e todos os pontífices do século 20, até Bento XVI.
Saiba mais: Papa Francisco quer ‘desmasculinizar’ a Igreja Católica
Ele preferiu a basílica romana com a qual, declarou, “existe um vínculo muito grande”.
Entretanto, o papa negou ter intenção de abandonar a liderança da Igreja Católica.
“Não tenho intenção de renunciar neste momento. O Senhor dirá o suficiente quando quiser”, declarou Francisco.
Além disso, Francisco explicou que quando chega a velhice, e com ela os limites da idade, devemos preparar-nos para a morte. Bergoglio completará 87 anos no dia 17 de dezembro.
“Preciso que você ore pela minha saúde. E a velhice não vem sozinha. A velhice não usa maquiagem, ela é ela mesma, se apresenta como é. Por outro lado, devemos saber acolher os dons da velhice. Temos que aceitar que podemos fazer muito bem a partir de outra perspectiva”, disse o papa.
Saiba mais: Papa Francisco faz aceno à comunidade trans
Por isso, diz, encontrou-se com o mestre de cerimônias do Vaticano e pediu para simplificar o funeral papal, que será muito mais sóbrio do que no passado.
“Vou lançar o novo rito, será o primeiro!”, declarou Francisco, em tom irônico.
Antes do verão, Francisco foi internado duas vezes no Hospital Gemelli de Roma. A primeira, no final de março, por pneumonia. A segunda, em 7 de junho, para remoção de uma hérnia na parede abdominal.
No início do mês teve que cancelar a viagem a Dubai para a COP28 devido a uma bronquite.
Entretanto, ele declarou que agora está melhor. “Às vezes dizem-me que sou imprudente, porque quero fazer coisas e mudar-me. Então esses são bons sinais, certo? Eu estou muito bem”, disse o papa.
Papa nega possibilidade de renúncia
Sobre a questão de uma eventual renúncia, por causa de seus problemas de saúde, Francisco esclareceu que, apesar dos problemas de saúde que teve neste ano, “nunca pensou” em deixar o cargo.
Saiba mais: Entre Messi e Maradona, papa Francisco escolhe Pelé
O seu antecessor, Bento XVI, preferiu renunciar, em 2013. Para Francisco, “Bento XVI foi um homem grande e humilde que, quando percebeu as suas limitações, teve a coragem de dizer basta. Seu exemplo me faz bem, peço ao Senhor que possa dizer o suficiente a qualquer momento, mas somente quando Ele quiser”.
Francisco explicou várias vezes nos últimos anos que “governa-se com a cabeça, não com as pernas”, e só pensaria em renunciar ao pontificado se percebesse que já não está lúcido e já não era capaz de avaliar “com clareza” as coisas.
Se isso acontecesse, explicou no passado, seguiria critérios diferentes de Bento XVI: seria chamado de “bispo emérito de Roma” e não papa emérito, não usaria a batina branca e não viveria no Vaticano ou regressaria à Argentina, mas permaneceria em Roma para um retiro “talvez” em São João no Laterano.
“Se sobreviver, gostaria de me confessar e ir ver os doentes”, disse o Papa.
Papa Francisco homenageou Santa Maria há poucos dias
As palavras de Francisco esclareceram um gesto extraordinário, embora pouco conhecido, feito no último 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição.
Antes de ir à Piazza de Espanha, onde tradicionalmente os papas homenageiam a coluna de Santa Maria, o papa parou em Santa Maria Maggiore para um ato solene de homenagem ao ícone bizantino de Maria conservado na basílica, o Salus populi romani.
O ícone, ao qual se refere a “devoção” do papa, é venerado em Roma, e a tradução popular o atribuiu a São Lucas.
Bergoglio doou para a Basílica uma rosa dourada, símbolo da bênção papal, gesto que não se repetia havia mais de 400 anos.
Na entrevista, Francisco lembrou que, mesmo antes de ser eleito papa, “eu sempre ia lá nos domingos de manhã quando estava em Roma, para passar um tempo”.
Devoção jesuíta
Para o primeiro papa jesuíta da história, aquela basílica e aquela imagem têm um significado particular.
Foi nessa igreja, na cripta da Natividade, que o basco Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, celebrou a sua primeira missa na noite de Natal, de 1538.
Os primeiros missionários jesuítas na Ásia trouxeram consigo a imagem do ícone de Santa Maria Maggiore.
No início do século 17 o padre Matteo Ricci doou uma cópia da imagem ao imperador chinês Wan Li.
No dia seguinte à sua eleição, Bergoglio foi rezar pela primeira vez diante do ícone, quis o quadro ao lado dele em oração solitária na Basílica de São Pedro durante a pandemia de covid, no dia 27 de março de 2020, e voltou a Santa Maria Maggiore primeiro e depois de cada viagem internacional.
Esse sujeito nunca foi PAPA de verdade. Não chega a uma unha de João Paulo II.
Então pronto. Agora só falta ocupar o espaço e depois fazer uma visitinha prolongada ao Cramunhão. Ó Coisa Ruim.