A alta da inflação nos Estados Unidos prejudicou os esforços do presidente Joe Biden em convencer os eleitores de sua superioridade em relação ao ex-presidente Donald Trump. A informação foi divulgada pelo jornal britânico Financial Times, nesta segunda-feira, 13.
Feita entre os dias 2 e 6 de maio, a pesquisa conduzida pelo periódico e pela Escola de Negócios da Universidade de Michigan revelou que a aprovação de Joe Biden na economia caiu novamente depois de um breve aumento em abril. A percepção é reforçada por dados que mostram uma inflação mais persistente do que o previsto no início do ano.
A pesquisa revelou que 71% dos mil entrevistados consideram as condições econômicas negativas, uma opinião que se mantém estável em relação aos meses anteriores. Esse sentimento persiste mesmo com a desaceleração do crescimento econômico, que caiu para uma taxa anualizada de 1,6%, contra 3,4% no quarto trimestre do ano passado.
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Apenas 28% dos entrevistados acreditam que as políticas econômicas de Joe Biden ajudaram o país, enquanto 49% acham que as coisas pioraram, e 35% afirmam que as medidas prejudicaram muito a economia. Este último número é o pior desde o início da pesquisa, em novembro de 2023.
Apesar de economistas e investidores elogiarem o desempenho econômico dos EUA nos últimos 18 meses, os eleitores não compartilham o mesmo otimismo.
A marca “Bidenomics”, associada a políticas de empregos verdes e de reconstrução da infraestrutura, enfrenta uma reputação desfavorável. Além disso, mais da metade dos entrevistados, 51%, afirma estar em situação pior desde que Joe Biden assumiu a Presidência.
Política externa de Joe Biden não agrada aos norte-americanos
A pesquisa também reforçou as preocupações na política externa de Biden. Quase metade dos eleitores, 47%, considera que os EUA fornecem ajuda militar e financeira excessiva a Israel.
A tensão aumenta com os protestos contra a guerra nas universidades norte-americanas e no Estado de Michigan. A região tem muitos eleitores muçulmanos, que são tradicionalmente democratas, mas demonstram insatisfação com o apoio de Joe Biden a Israel no conflito na Faixa de Gaza.
A situação pode se agravar se o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidir enviar tropas para Rafah — maior cidade da Faixa de Gaza.
A ajuda dos EUA à Ucrânia também é impopular: 50% dos entrevistados consideram que o apoio foi excessivo. Esse número cresceu depois de Joe Biden aprovar recentemente um pacote de ajuda de US$ 95 bilhões para Ucrânia, Israel e Taiwan.
Não são apenas as decisões econômicas que desagradam
No âmbito da segurança digital, 53% dos eleitores apoiam a proposta do Congresso de banir o TikTok — a menos que a empresa seja vendida a investidores não chineses. Além disso, 54% acham justo descrever o aplicativo como uma fonte significativa de notícias falsas, e 45% veem o TikTok como uma ameaça à segurança nacional.
Perguntas sobre comércio revelaram um sentimento anti-China entre o público norte-americano. Ao serem indagados sobre o uso de peças estrangeiras em painéis solares nos EUA, 42% dos entrevistados defenderam restrições se as importações prejudicassem o crescimento ou destruíssem empregos. Enquanto 45% apoiaram o uso se reduzisse custos e estimulasse a adoção de energia solar. Sobre componentes chineses, 47% preferem restrições, com apenas 40% sendo contrários.
Esses resultados sustentam a estratégia de Joe Biden de proteger a indústria norte-americana, com planos de quadruplicar as tarifas sobre importações de veículos elétricos chineses para 100%.
Mais um governo de esquerda que falha…