Policiais bloquearam ruas e invadiram o principal aeroporto do Haiti, na quinta-feira 26. Os agentes juntaram-se a manifestantes para protestar contra a recente morte de policiais por gangues armadas, que estão expandindo seu controle sobre a nação caribenha.
Conforme informações da agência de notícias Reuters, os manifestantes também atacaram a residência oficial do primeiro-ministro do país, Ariel Henry. Ele não estava no local, mas voltou na quinta-feira ao Haiti, depois de uma viagem à Argentina.
Além do aeroporto, que teve a pista invadida, interrompendo o tráfego de aviões, vias importantes nos arredores de Porto Príncipe foram bloqueadas com barricadas.
O grupo haitiano de direitos humanos RNDDH afirmou em comunicado que 78 policiais foram mortos desde que Henry chegou ao poder, em julho de 2021 — o premiê assumiu após o assassinato do então presidente, Jovenel Moïse.
O grupo responsabiliza o primeiro-ministro e o chefe da Polícia Nacional, Frantz Elbe, pelas mortes dos agentes de segurança. “A história vai lembrar que eles não fizeram nada para proteger e preservar a vida desses policiais, que escolheram servir ao seu país”, informou.
#27Ene #Haití
Policías atacan la residencia privada del primer ministroLos agentes salieron a las calles de Puerto Príncipe para protestar por la muerte de 14 policías a manos de grupos armados en este año – @dw_espanolpic.twitter.com/UgomcHAv6n
— Reporte Ya (@ReporteYa) January 27, 2023
O Haiti, país mais pobre das Américas, vive uma espiral de crises ininterruptas, que se acumulam em camadas sociais, políticas, econômicas e humanitárias.
A ação de gangues, que na prática detêm o controle de boa parte do território, está ligada a boa parte dessas questões. Em 2022, a Organização das Nações Unidas registrou mais de 1,3 mil sequestros no país — ações usadas por esses criminosos como forma de financiamento — e cerca de 2 mil assassinatos.
Pelo Nosferatu e do DinoPig, esta manifestação no Haiti é certamente terrorismo.