O governo de Javier Milei, presidente da Argentina, anunciou a intenção de reestruturar a Casa da Moeda do país, devido à “má administração” anterior. A empresa pública, responsável pela fabricação de moedas e selos, passará por mudanças significativas, conforme divulgação desta quinta-feira, 3.
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O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, revelou que o governo pretende dissolver a Compañía Sudamericana de Valores. Anteriormente conhecida como Ciccone Calcográfica, a empresa esteve envolvida em um dos maiores escândalos de corrupção recentes da Argentina. O país pretende, ainda, realizar uma reestruturação completa da Casa da Moeda.
Histórico de escândalos e má administração
A Casa da Moeda, que faz parte do Ministério da Economia, inclui em sua estrutura a gráfica Compañía Sudamericana de Valores. Em 2020, Amado Boudou, ex-vice-presidente, foi condenado por corrupção ao adquirir a gráfica falida, enquanto era ministro da Economia no governo de Cristina Kirchner.
Adorni criticou a administração anterior de Alberto Fernández, da qual destacou o “desperdício de recursos” na Casa da Moeda. A empresa acumulou dívidas de US$ 371 milhões, um patrimônio líquido negativo de US$ 78 milhões e um resultado bruto negativo de US$ 20,5 milhões.
Impactos financeiros à Argentina
A ineficiência da Casa da Moeda, conforme Adorni, resultou na importação de US$ 4,7 bilhões em cédulas, desde 2020, para atender à demanda interna. Isso ocorreu em razão de a política de Fernández não emitir notas de maior denominação, em um cenário de inflação que atingiu 211,4%.
Adorni destacou, entre os “gastos excessivos”, a contratação de 211 novos funcionários, que elevou o total para mais de 1,3 mil. Além disso, mencionou o financiamento de quatro edifícios, entre eles, o jardim de infância La Monedita — com custo mensal de 1,2 milhão de pesos por aluno.
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O porta-voz afirmou que a reestruturação da Casa da Moeda faz parte da política anti-inflacionária de Milei, a qual descreveu como “o último prego no caixão da inflação”.