A posse do presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, teve gritos de “morte aos Estados Unidos e a Israel”, nesta terça-feira, 30. Os parlamentares do país islâmico protagonizaram as manifestações. A nação apoia abertamente o grupo terrorista Hamas. A cerimônia ocorreu na sede do Parlamento do país, em Teerã, capital iraniana.
Pezeshkian prometeu, durante as eleições, melhorar as relações internacionais e aliviar restrições sociais. Durante discurso, ele reiterou as promessas de campanha, conforme informou a agência de notícias Reuters.
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“Buscaremos uma interação construtiva e eficaz com o mundo, baseada na dignidade, na sabedoria e na conveniência,” disse Pezeshkian, em sessão no Parlamento.
A posse contou com a presença de líderes de grupos terroristas aliados do Irã, como Hamas, Jihad Islâmica, Houthi do Iêmen e Hezbollah. O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, também esteve na cerimônia.
Na madrugada desta quarta-feira, 31, o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, morreu depois de participar da posse do iraniano. A morte ocorreu em um ataque aéreo em Teerã. O grupo terrorista acusa Israel pelo ataque.
O presidente do Irã criticou os EUA por apoiarem ações israelenses na Faixa de Gaza. “Aqueles que fornecem armas que matam crianças não podem ensinar humanidade aos muçulmanos,” afirmou Pezeshkian, enquanto os parlamentares gritavam “Morte aos EUA” e “Morte a Israel”.
Presidente do Irã morre em acidente
Pezeshkian substituirá Ebrahim Raisi, falecido em um acidente de helicóptero em maio. O líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei, que tem a palavra final em todas as questões de Estado, o que inclui a política externa e nuclear, deve aprovar as escolhas de Pezeshkian para cargos-chave, como ministros das Relações Exteriores, Petróleo e Inteligência.
A vitória de Pezeshkian aumentou as esperanças de uma melhoria nas relações do Irã com o Ocidente, o que possivelmente ajudaria a resolver o impasse nuclear com potências mundiais. No entanto, ele assume o cargo em um momento de crescentes tensões no Oriente Médio, especialmente no conflito entre Israel e Hamas em Gaza.
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Além da crescente pressão do Ocidente sobre o programa nuclear do Irã, Pezeshkian enfrenta o desafio de tirar o país das sanções dos EUA, retomadas depois da saída de Washington do acordo nuclear de 2015. As negociações indiretas entre Teerã e Washington para salvar o acordo nuclear estão paradas desde 2022.
“Meu governo nunca se submeterá a intimidações e pressões”, disse Pezeshkian, sobre negociação com os EUA. “Pressão e sanções não funcionam. O povo iraniano deve ser tratado com respeito.”