Presidente de Honduras anistia membros do governo do marido

Depois de ser eleita prometendo combater a corrupção no país, a recém-empossada presidente de Honduras, a esquerdista Xiomara Castro de Zelaya, promulgou no sábado 5 uma lei eximindo diversos crimes de funcionários da gestão de seu marido, Manuel Zelaya. Ele governou o país entre 2006 e 2009, quando foi deposto.

A norma que anistia o grupo foi aprovada na quinta-feira 4 pelo Parlamento. A Casa é presidida por Luis Redondo, leal a Xiomara. O marido da atual Chefe do Executivo hondurenho participou das negociações como coordenador do Partido Libertad y Refundación.

Mesmo entre os membros do governo Ximora Zelaya, o aceite da nova legislação não é unânime. “Um novo pacto de impunidade”, publicou em sua conta no Twitter Edmundo Orellana, ministro assessor em matéria de Transparência e Combate à Corrupção, nomeado por Xiomara.

A anistia de Zelaya

A “Lei para a Reconstrução do Estado Constitucional e para Que os Fatos Não Se Repitam”, determina a “anistia geral, ampla e incondicional, a funcionários, empregados ou autoridades eleitas durante o governo que compreende o período de 27 de janeiro de 2006 a 28 de junho de 2009”.

De acordo com a medida, a aliança cívico-militar que retirou Manuel Zelaya foi um “golpe de Estado”. A deposição ocorreu depois que o então presidente se aliou ao venezuelano Hugo Chávez e à diversos políticos de esquerda da América Latina.

Manifestações da sociedade civil

“Não podemos permitir que crimes contra a administração pública sejam isentos”, criticou Odir Fernández, representante do Conselho Nacional Anticorrupção (CNA), instância da sociedade civil.

O advogado da associação empresarial, Gustavo Solórzano, denunciou que “é um abuso que se pretende cometer, é um pacto de impunidade do qual não compartilhamos”.