Em pronunciamento feito no sábado 30, a presidente do Peru, Dina Boluarte, afirmou que não irá renunciar ao cargo. Ela está sendo investigada por possível enriquecimento ilícito e por não divulgar informações patrimoniais.
O inquérito foi iniciado em 18 de março, dias depois de uma reportagem mostrar que a mandatária vem utilizando relógios da marca de luxo Rolex desde 2021, sem incluí-los em sua declaração de bens.
“Assumi o cargo com as mãos limpas”, disse a presidente, em entrevista coletiva. “Portanto, vou me aposentar da presidência em 2026.”
Ela também classificou as ações do inquérito como “desproporcionais” e “abusivas”. Na sexta-feira 29, a casa de Dina foi revistada por aproximadamente 20 agentes do Ministério Público peruano e 20 policiais.
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Os agentes cercaram a casa localizada no bairro de Surquillo, no Leste de Lima, e fizeram uma barreira humana para impedir o trânsito de veículos nos arredores. Segundo a polícia, a operação na casa foi para fins de busca e apreensão.
Na quarta-feira 27, o Ministério Público tentou, sem êxito, realizar uma inspeção nos relógios do escritório de Boluarte. No entanto, seus advogados alegaram conflitos de agenda e tentaram remarcar o compromisso.
As acusações contra a Presidente do Peru
Uma reportagem do programa jornalístico La Encerrona revelou que Dina utilizou vários relógios Rolex em eventos oficiais desde que se tornou vice-presidente no governo anterior e ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social em 2021.
A investigação do programa abrange o período até dezembro de 2022, quando ela assumiu a Presidência. A ação conjunta do Ministério Público e da polícia foi transmitida pela Latina, emissora de televisão local.
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Se acusada neste caso, a presidente não pode ser julgada até julho de 2026, quando seu mandato termina. No entanto, de acordo com a Constituição do país, ela pode ser investigada ao longo deste período.
O escândalo também pode levar a um pedido de demissão no Congresso, sob alegação de “incapacidade moral”. Para isso, os grupos de direita que controlam o Parlamento devem se unir aos grupos minoritários de esquerda.
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