A presidente do Peru, Dina Boluarte, responderá na próxima sexta-feira, 5, a perguntas sobre sua propriedade de um trio de relógios de luxo. O depoimento foi confirmado nesta terça-feira, 2, pelos advogados dela.
A confirmação do depoimento ocorre um dia depois de a presidente peruana reorganizar seu gabinete. Alvo de investigação sobre suposto escândalo de enriquecimento ilícito, ela viu ministros pedirem demissão. Somente na segunda-feira 1º, três então aliados entregaram os cargos.
A mudança do gabinete na segunda-feira ocorreu quando os legisladores apresentaram ao Parlamento um pedido para destituir Boluarte do cargo por “incapacidade moral permanente”. O pedido veio três dias depois que a polícia arrombou a porta da frente da residência oficial da Presidência do Peru para procurar os relógios como parte de uma investigação. O caso ganhou o apelido de “Rolexgate”.
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Na segunda-feira, ela nomeou novas pessoas para os cargos de ministros do Interior, da Educação, de Mulheres, da Agricultura, da Produção e do Comércio Exterior. O movimento vem em meio à profunda queda de popularidade do atual governo peruano.
O advogado Mateo Castañeda, que atende Dina Boluarte, usou o Twitter/X para confirmar o depoimento. De acordo com ele, a Procuradoria-Geral do país negou o pedido para adiar a data do interrogatório da presidente.
O “Rolexgate” que envolve a presidente do Peru
![Dina Boluarte - rolexgate](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2023/11/Dina-Boluarte.jpg)
Dina Boluarte está sendo investigada preliminarmente por supostamente adquirir uma coleção não revelada de relógios de luxo desde que se tornou vice-presidente e ministra da inclusão social, em julho de 2021. Ela assumiu o cargo de presidente do Peru em dezembro de 2022.
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Ela não listou os três relógios em um formulário de declaração obrigatória de bens. Dina Boluarte negou as acusações de enriquecimento ilícito. Na última semana, ela descartou, ao menos por ora, renunciar.
Um pedido dos legisladores para destituí-la do cargo cita essa investigação, bem como problemas em todo o país, como o aumento da criminalidade. Além disso, a alegação de que a presidente foi responsável por mortes ocorridas em uma série de protestos. O pedido foi apresentado por legisladores de vários partidos, incluindo o Peru Libre, ao qual Dina Boluarte já pertenceu.
Espera-se que os legisladores considerem o pedido nesta quinta-feira, 4. A medida deve obter 52 votos para que o Parlamento a aceite e abra um debate.
Para remover Dina Boluarte da Presidência do Peru, a medida requer 87 votos do Parlamento unicameral de 130 assentos. Até agora, cinco partidos que juntos têm 54 votos expressaram apoio à presidente depois do início da operação.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado