O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que responderá a qualquer “agressão” ao aliado Belarus como um ataque ao próprio país. A declaração foi feita nessa sexta-feira, 21, depois de a Polônia anunciar o envio de tropas para reforçar sua fronteira, como resposta à presença de integrantes do Grupo Wagner, que realizam treinamentos na região.
O governo polonês divulgou o plano de aumentar sua presença militar perto da fronteira com Belarus e de construir novas defesas no local.
De acordo com as autoridades polonesas, esta seria uma “nova fase de guerra híbrida”, posterior ao anúncio feito pelo governo bielorrusso na quinta-feira 20, ao comunicar o treinamento de suas tropas com os mercenários do Grupo Wagner perto da fronteira polonesa.
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A Polônia também fez críticas ao auxílio de Belarus a migrantes que cruzam a fronteira como parte do plano da Rússia de atacar a Europa.
A ideia de que a Polônia pretende intervir na guerra da Ucrânia surgiu para o líder russo depois de um relato feito pelo chefe do Serviço de Inteligência Estrangeiro, Serguei Narichkin, na reunião do Conselho de Segurança da Rússia.
Narichkin afirmou que Moscou obteve informações de que a Polônia está planejando assumir o controle das regiões ocidentais ucranianas, como resultado de um “pacto de defesa mútua com a Ucrânia e a Lituânia”, mas sem fornecer nenhuma evidência para as alegações.
Declarações de Putin
A Rússia tem feito repetidamente declarações semelhantes, sem fundamento, de que a Polônia busca tomar parte da Ucrânia.
“Qualquer agressão contra Belarus significará uma agressão contra a Federação Russa”, afirmou Putin, durante uma reunião do Conselho de Segurança russo. “Os líderes poloneses provavelmente esperam formar um tipo de coalizão sob o guarda-chuva da Otan e intervir no conflito da Ucrânia, para cortar um pedaço mais gordo para eles, ganhar de volta, como acreditam, seus territórios históricos, a atual Ucrânia ocidental.”
Belarus não participa da guerra, mas permite o uso de seu território contra Kiev pelos russos. Por isso, Putin anunciou a instalação de ogivas nucleares táticas, para uso militar mais restrito, no vizinho, o que levou a Polônia a pedir o mesmo aos EUA.