Em entrevista à edição desta sexta-feira, 10, do Faroeste à Brasileira, o ativista venezuelano Roderick Navarro relatou os horrores da ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela. Ele afirmou, contudo, que tem esperanças de que o regime chavista caia em breve. “A queda do chavismo beneficiaria até o Brasil”, disse. “Porque significaria a ruína de um pilar importante do Foro de São Paulo.”
+ Leia mais notícias do Mundo em Oeste
Criado em 1990, o Foro de São Paulo surgiu com o objetivo de reunir partidos de esquerda para debater o cenário político depois do fim da Guerra Fria. O projeto foi idealizado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, junto do ditador cubano Fidel Castro, morto em novembro de 2016.
Leia mais: “Ex-preso político venezuelano relata horrores da ditadura de Nicolás Maduro”
Recentemente, a entidade parabenizou o ditador Maduro pela reeleição na Venezuela. O grupo, que defende regimes autoritários, definiu o resultado como uma “vitória da democracia”.
Grupos policiais estão descontentes com Maduro
Ao Faroeste à Brasileira, Navarro revelou que há grupos dentro das forças policiais na Venezuela que estão descontentes com o regime. Isso, segundo o ativista, significa um passo importante para uma possível queda da ditadura.
Enquanto isso não ocorre, Navarro se exila no Brasil. Ele afirmou que não pode retornar ao seu país. “Se voltar, serei preso”, disse. “O chavismo divulgou fotos minhas. A ditadura afirma que sou um terrorista. Inclusive, tenho alerta vermelho na Interpol. Me acusam de rebelião militar.”
Quem é Roderick Navarro
Navarro está no Brasil desde 2017, onde divulga relatos dos horrores cometidos pela ditadura de Maduro. Ele também é presidente do movimento Despertar Republicano. A instituição tem como objetivo “restaurar e reconstruir a República da Venezuela”.
Além disso, é membro do Foro do Brasil — movimento que reúne congressistas brasileiros para debater propostas relacionadas à política brasileira, com viés de direita.
Organizações denunciam a ditadura da Venezuela
Maduro tomou posse de seu novo governo nesta sexta-feira. Enquanto isso, diversas organizações espalhadas pelo mundo afirmam que o processo eleitoral no país foi ilegal.
É o caso, por exemplo, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Em relatório divulgado na última terça-feira, 7, o órgão afirmou que o regime pratica “terrorismo estatal” para incutir medo nos cidadãos.
O documento, intitulado “Venezuela: graves violações dos direitos humanos no contexto eleitoral”, menciona uma estratégia repressiva atribuída ao regime de Maduro. O relatório destaca a prática de “terror” para silenciar as vozes dos venezuelanos que são contra a ditadura.
Outro relatório, divulgado pela ONG Foro Penal, divulgado em 31 de dezembro, afirma que o país registra 1,7 mil presos por motivações políticas.
Leia também: “Ecos da miséria”, reportagem de Thiago Vieira, publicada na Edição 251 da Revista Oeste
Foro de vagabundos