Um grupo terrorista chamado Houthi se tornou alvo dos Estados Unidos nas últimas semanas. Eles atraíram a ofensiva do país norte-americano depois que começaram, em novembro, a lançar uma série de ataques a navios no Mar Vermelho e no Canal de Suez, rota por onde passa 12% do comércio mundial.
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Em resposta, os EUA e aliados, como o Reino Unido, lançaram ataques com mísseis contra alvos houthis no Iêmen, na sexta-feira 12. A ação intensificou a atenção sobre os rebeldes e sua luta armada.
O ataque às bases do Houthi ocorreu um dia depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenar dezenas de ataques houthis a navios comerciais, afirmando que prejudicaram o comércio global e ameaçaram a liberdade de navegação.
Quem são os houthis?
Os houthis são um grupo rebelde xiita apoiado pelo Irã e liderado por Abdul-Malik al-Houthi. Por duas décadas lutam contra o governo iemenita. Atualmente, controlam o noroeste do país, incluindo a capital Sana.
Sua ideologia é centrada na oposição a Israel e aos EUA, vendo-se como parte do “eixo de resistência” liderado pelo Irã, junto com o Hamas na Faixa de Gaza e o Hezbollah no Líbano.
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Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita interveio em 2014 para restaurar o governo original, desencadeando uma guerra civil que resultou em centenas de milhares de mortes. Há quase um ano, negociações entre os houthis e a Arábia Saudita levantaram esperanças de um possível acordo de paz.
Os houthis, inicialmente um grupo rebelde desorganizado, fortaleceram seu arsenal nos últimos anos, incluindo mísseis de cruzeiro, balísticos e drones de longo alcance. Tal fortalecimento é atribuído em grande parte ao apoio do Irã.
Motivação para ataques no Mar Vermelho
Com o início do conflito entre Israel e o Hamas, os houthis expressaram apoio a este, e declararam que atacariam qualquer navio indo ou vindo de Israel. Segundo o porta-voz do Houthi, Yahya Sarea, os ataques visam a protestar contra a situação em Gaza e expressar solidariedade ao povo palestino.
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Desde novembro, os houthis lançaram 27 ataques a navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, alegando estar direcionados a ou provenientes de portos israelenses.
O ataque mais recente aconteceu na última quinta-feira, 11, por volta das 2h, quando um míssil aterrissou perto de uma embarcação comercial, de acordo com informações do exército norte-americano.
Impacto global dos ataques dos houthis
O Secretário de Estado dos EUA, Antony J. Blinken, disse à imprensa que os ataques houthis no Mar Vermelho podem interromper as cadeias de abastecimento, aumentando os custos dos bens diários. Mais de 40 países foram afetados pelos ataques, levando as maiores empresas de contêineres, MSC e Maersk, a evitar a região.
O redirecionamento de navios ao redor da África acrescenta 4.000 milhas e 10 dias extras às rotas marítimas, aumentando os custos de combustível. Ambas as opções prejudicariam uma economia global já frágil.
Resposta dos EUA aos ataques houthis
A administração do presidente norte-americano Joe Biden condenou repetidamente os ataques do grupo Houthi e lançou a Operação Prosperity Guardian, uma força-tarefa naval com participação dos EUA, Reino Unido e outros aliados. Essa força-tarefa patrulha o Mar Vermelho para preservar a liberdade de navegação.
Embora vários países da região dependam do comércio pelo Mar Vermelho, poucos querem ser associados aos EUA, considerado o aliado mais próximo de Israel. Navios de guerra dos EUA e do Reino Unido interceptaram com sucesso mísseis e drones do Houthi, buscando conter os ataques e manter a segurança na região.
Tem é que soltar uma bomba na cabeça deles que não fica um.