Um surto misterioso levou 106 alunas de uma escola secundária no Quênia a serem hospitalizadas depois de apresentarem uma suposta paralisia nas pernas, febre e vômitos na última segunda-feira 2.
O caso aconteceu no colégio St. Theresa ‘s Eregi, na cidade de Kakamega, a cerca de 370 km de Nairobi, capital do país.
A origem do quadro ainda não foi identificada. As principais hipóteses são a transmissão de uma doença desconhecida ou um episódio de histeria generalizada.
Vídeos que começaram a circular nas redes na internet na última segunda-feira 2 mostram que as jovens aparentavam sentir dificuldade para andar.

Exames sem resposta
De acordo com as autoridades de saúde do país, os primeiros exames não constataram infecções. Foram realizados exames de sangue, urina e fezes.
Os sintomas apresentados foram pernas dormentes e imóveis. Algumas meninas também sentiram fortes dores de cabeça, vômitos e febre.
De acordo com a imprensa local, os profissionais de saúde não sabem dizer o que está por trás dos sintomas.
De acordo com Bernard Wesonga, da Comissão Executiva Principal (CEC) de Saúde do condado de Kakamega, algumas alunas estão “respondendo positivamente à medicação”, enquanto outras ainda estão sob cuidados médicos.
“Esta é uma doença muito estranha, mas ainda estamos investigando para descobrir a causa”, disse Wesonga, que pediu aos pais para que permitam que as meninas permaneçam na escola.
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Surto seria histeria
Testes preliminares revelaram que as estudantes tinham eletrólitos elevados. Uma enfermeira que não tem autorização para falar em nome da instituição afirmou que a condição leva à perda de líquidos.
Já alguns especialistas duvidam da doença e sugerem que o caso pode ser uma “histeria em massa”. Os veículos de notícias da região destacaram que as alunas estão a poucas semanas de realizarem provas.
“Creio que as crianças estavam com problemas psicológicos, o que pode ter causado pânico entre elas”, declarou Wesonga.
Quadros de histeria coletiva correspondem à repetição de um padrão de comportamento por um grupo grande de pessoas. Em geral, podem estar ligados a desejos de atenção ou são gerados por um trauma coletivo.
Relatos em jornais locais causaram confusão sobre se a escola estava temporariamente fechada.
Mas o Ministério da Educação confirmou nesta quarta-feira 4 que a instituição permanece aberta.
Alguns pais resolveram retirar suas filhas do local, algo que foi desaconselhado por Steven Wandei, diretor de serviços médicos do condado.
De acordo com ele, ainda não foi possível determinar “a natureza da doença que afetou essas estudantes”.
“Levá-las para casa pode ser arriscado, porque, se a doença for infecciosa, é provável que afete toda a família”, recomendou.