O Parlamento do Reino Unido foi dissolvido oficialmente nesta quinta-feira, 30, depois de o primeiro-ministro Rishi Sunak obter a permissão do Rei Charles III. A partir desta data, os parlamentares se tornam candidatos e têm cinco semanas para fazer campanha e tentar garantir a reeleição.
Alguns, especialmente os ministros, continuarão a apoiar a campanha de Sunak. Os debates televisivos, adotados na política britânica desde 2010, também ocorrerão.
As eleições gerais no Reino Unido estão agendadas para 4 de julho, exatos 25 dias úteis depois da dissolução do Parlamento, conforme prevê a legislação britânica.
A dissolução do Parlamento britânico é uma etapa do processo eleitoral. Formalmente, é um poder do chefe de Estado, e o primeiro-ministro deve pedir autorização ao Rei Charles III.
Por lei, Sunak tinha até 17 de dezembro de 2024 para convocar eleições gerais, data que marca cinco anos da primeira reunião do Parlamento atual, eleito em dezembro de 2019.
Na prática, os ministros permanecem em seus cargos até que o novo primeiro-ministro —ou o atual, caso seja reeleito — faça mudanças no governo.
O sistema de votação no Reino Unido
No Reino Unido, utiliza-se o sistema de voto distrital, onde os eleitores escolhem os 650 membros do Parlamento (MPs) que representam seus distritos. Estes parlamentares formam a Câmara dos Comuns, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil.
Os distritos eleitorais são distribuídos proporcionalmente à população. Assim, regiões mais populosas têm mais cadeiras no Parlamento. A distribuição é a seguinte:
- Inglaterra: 543
- Escócia: 57
- País de Gales: 32
- Irlanda do Norte: 18
O líder do partido com a maioria dos parlamentares eleitos recebe a autorização do monarca para se tornar primeiro-ministro e formar um governo.
Expectativas para o pleito
As pesquisas mais recentes indicam uma vantagem significativa dos Trabalhistas, liderados por Keir Starmer. Dados da BBC até 29 de maio mostram as intenções de voto divididas da seguinte forma:
- Partido Trabalhista: 45%
- Partido Conservador: 24%
- Reform UK: 12%
- Liberais Democratas: 9%
- Partido Verde: 6%
- Partido Nacional da Escócia: 3%
- Plaid Cymru (Partido do País de Gales): 1%
Especialistas consideram improvável uma vitória de Sunak sobre Starmer nas eleições do Reino Unido. “Se tivesse uma virada, seria histórica, mesmo”, afirmou Kai Enno Lehmann, professor do IRI-USP, ao portal UOL.
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