Decisão pode ser considerada uma vitória do presidente dos EUA, Donald Trump; justificativa é que os equipamentos da Huawei não são confiáveis
O governo britânico decidiu banir a chinesa Huawei de participação na cadeia de suprimentos para a rede de 5G britânica a partir de 31 de dezembro. Essa é uma importante mudança no governo de Boris Johnson.
O Conselho de Segurança Nacional (NSC) decidiu nesta terça-feira que todo equipamento da Huawei já instalado deve ser retirado da rede 5G até 2027. Trata-se de um prazo mais amplo do que o pedido por parlamentares do Partido Conservador de Johnson.
Como reação à medida, o CEO da Huawei no Reino Unido, John Browne, anunciou que vai sair do cargo em setembro. Browne dirigiu a petroleira BP entre 1995 e 2007 e está há cinco anos no comando da empresa chinesa no país. A informação foi divulgada pelo jornal Financial Times.
Na reunião do NSC, na qual participaram ministros e chefes militares, concluiu-se que as sanções dos EUA contra a Huawei, introduzidas em maio, demonstram que os equipamentos da empresa chinesa não são confiáveis para uso na infraestrutura de comunicação britânica.
O secretário da Cultura, Oliver Dowden, admitiu que banir a Huawei pode levar a um atraso na instalação da rede 5G do país. Esse atraso pode significar um gasto adicional de milhões de libras e dois anos adicionais.
Vitória de Trump
A decisão do Reino Unido é inegavelmente uma vitória estratégica de Donald Trump, que há meses pressionava Boris Johnson a banir a Huawei da Inglaterra.
Na decisão que Trump tomou em maio, a Huawei foi proibida de utilizar chips fabricados nos Estados Unidos. De acordo com o NSC, não existem alternativas chinesas para os chips norte-americanos.
Como já noticiado por Oeste, a repressão chinesa em Hong Kong causou profundo mal-estar na relação entre britânicos e chineses. O Reino Unido afirmou que pode conceder cidadania a milhões de moradores da ex-colônia britânica.