O Reino Unido e as Ilhas Maurício firmaram um acordo histórico, que prevê a devolução do Arquipélago de Chagos. Isso encerra uma longa disputa sobre a soberania da região. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 3.
Esse pacto permite que os britânicos mantenham uma base militar com os Estados Unidos na maior ilha do arquipélago, Diego García.
A nova resolução representa um passo significativo para as Ilhas Maurício, que reivindicam o arquipélago desde a sua independência, em 1968.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, celebrou o acordo. Em declaração, enfatizou a importância da base militar para a segurança regional e global. Ele descreveu a resolução como “histórica”, ao elogiar a continuidade da instalação militar, considerada vital para a segurança nacional. O Reino Unido também valoriza a base como um elemento central de sua estratégia militar na região.
Reino Unido havia renovado o arredamento da base militar em 2016
Desde 2016, o Reino Unido havia renovado o arrendamento da base militar para os Estados Unidos até 2036. Agora, com o novo acordo, os britânicos garantirão direitos sobre Diego García por um período inicial de 99 anos, de maneira a assegurar o funcionamento da base militar por um tempo considerável.
O presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, manifestou-se a respeito do acordo, chamando-o de “grande vitória” para a descolonização e para o direito à autodeterminação do povo mauriciano.
O ministro das Relações Exteriores das Ilhas Maurício, Maneesh Gobin, expressou sua alegria em uma postagem nas redes sociais. Ele considerou o dia 3 de outubro de 2024 como “inesquecível”, pois representa a plena soberania de seu país sobre seu território.
Historicamente, a República de Maurício administrou o arquipélago desde 1965. Naquele ano, o Reino Unido estabeleceu a base militar e deslocou cerca de 2 mil residentes de Chagos para Maurício.
Esses indivíduos acusaram as autoridades britânicas de “ocupação ilegal”. O novo tratado pode facilitar o retorno dos nativos de Chagos, ao implementar um programa de reassentamento nas ilhas, com a exclusão de Diego García.
Depois de dois anos de negociações, tanto o Reino Unido quanto as Ilhas Maurício consideram este um momento crucial nas relações entre os países. O acordo demonstra um compromisso com a resolução pacífica de disputas e o respeito ao Estado de Direito.