Medidas para conter as alterações climáticas foram adiadas na quarta-feira 20 pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak. Entre elas, está a proibição da venda de carros novos movidos a gasolina e diesel, que passou de 2030 para 2035.
O aumento do custo de vida e a alta da inflação no país foram determinantes para esse recuo, segundo Sunak. O primeiro-ministro afirmou que o adiamento busca dar mais tempo para a população se adequar às mudanças.
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“Parece que optamos por uma abordagem que imporia custos inaceitáveis às famílias britânicas em dificuldades”, disse Sunak.
Até mesmo o prazo de 2035 não será definitivo, de acordo com Sunak. Ele destacou que ainda depois deste ano a utilização e comercialização de carros usados, movidos a gasolina e a diesel será permitida.
“Precisamos fortalecer a nossa própria indústria automóvel, para não dependermos de importações fortemente subsidiadas e intensivas em carbono, de países como a China”, declarou o primeiro-ministro britânico.
Em sua explicação, Sunak falou em uma “abordagem mais pragmática e realista” na busca de zerar as emissões de carbono. O custo financeiro de uma transição energética, segundo ele, ainda é muito alto para boa parte dos britânicos.
“Não é justo que Westminster imponha custos tão significativos aos trabalhadores, especialmente aos que já estão a lutar para fazer face às despesas, e interfira tanto no estilo de vida das pessoas”, argumentou o político britânico.
Também não serão obrigatórios impostos sobre as viagens de avião ou sobre a carne bovina. Tampouco os britânicos, neste momento, serão forçados a reciclar mais.
Sunak, porém, manteve o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa do Reino Unido para atingir a neutralidade de carbono até 2050. A meta está na legislação do país desde 2019.
Premiê diz que Reino Unido está alinhado a outros importantes países da Europa
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Isso não quer dizer, segundo ele, que o Reino Unido deixará de estar alinhado a diretrizes de outros países europeus na busca de alterar a fonte de energia automotiva. Ele garantiu que vai “facilitar a transição para veículos elétricos”.
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O premiê britânico acredita, inclusive, que o seu governo está se alinhando ainda mais, com essa medida pragmática, “com países como Alemanha, França, Espanha, Itália, Austrália, Canadá, Suécia e com Estados dos Estados Unidos, como Califórnia, Nova York e Massachusetts”.
Também foi flexibilizado, pelo governo do Reino Unido, o prazo para que a população troque os aparelhos de aquecimento das casas para modelos mais sustentáveis.
“Daremos às pessoas muito mais tempo para fazerem a transição necessária”, afirmou Sunak. A data final para a troca dos aparelhos, disse o premiê, não será antes de 2035.