Tribunal de Londres vai decidir quem tem o controle do ouro da Venezuela; regime de Maduro e Guaidó disputam o controle desse reserva
Um tribunal do Reino Unido vai começar a analisar a devolução de 31 toneladas de ouro, cerca de US$ 1 bilhão, da Venezuela que estão depositados no Banco da Inglaterra (BoE).
A corte vai analisar quem é o verdadeiro responsável por esse ouro, a ditadura de Nicolás Maduro, ou o governo liderado pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó. O governo britânico reconhece Guaidó como o líder legítimo da Venezuela, assim como o Brasil.
O julgamento deve durar até quatro dias. O tribunal comercial britânico, ao tomar a sua decisão, pode causar graves consequências diplomáticas, informa o jornal O Estado de S. Paulo.
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Para o advogado Andrew Fulton, que representa os interesses do governo de Juan Guaidó, “a questão do reconhecimento pode desbloquear o resto”.
Em fevereiro, Jeremy Hunt , que era o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, afirmou que “a opressão do regime ilegítimo e cleptocrático de Maduro deve terminar”.
Ouro em bancos internacionais
Assim como muitos países do mundo, a Venezuela mantém reservas de ouro em outros países como forma de garantir o acesso a esses recursos de forma fácil. Isso também é visto como uma forma de proteção.
“Quando você coloca em um banco estrangeiro o seu ouro, você tem uma contabilidade. Se algo acontecer, você estará protegido porque está pagando por um serviço de custódia”, afirmou Luis Vicente Leon, um economista da Venezuela, para a rede de televisão britânica BBC.
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Apesar dos reiterados pedidos da ditadura, entretanto, o Banco da Inglaterra (BoE) ignorou os pedidos para repatriar as 30 toneladas de ouro. Maduro alega que quer usar esses recursos para combater o coronavírus.
Juan Guaidó fez esse pedido às autoridades ao Reino Unido, ao afirmar que Maduro decerto não possui essa legitimidade. O Banco Central da Venezuela (BCV), controlado pelo regime de Maduro, entrou com esse pedido em um tribunal comercial de Londres.