Uma equipe de pesquisadores da Austrália descobriu 12 túmulos com restos de vítimas do naufrágio do navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais, que teria ocorrido em 1629, perto do Oceano Índico. Isso se deu por meio de coordenadas feitas por pescadores da época. A revista Historical Archaeology publicou o estudo em 4 de maio.
Os cientistas realizaram um trabalho arqueológico na área entre 2014 e 2019, liderada por arqueólogos da Universidade da Austrália Ocidental e do Museu da Austrália Ocidental.
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Ao todo, os pesquisadores descobriram os restos mortais de 12 vítimas enterradas em valas individuais e coletivas, além de evidências sobre uma luta entre sobreviventes e um grupo de amotinados.
A descoberta revela informações sobre as práticas de tratamento e enterro das vítimas. As sepulturas estavam na parte central da Ilha Beacon, também conhecida como Cemitério de Batávia, em razão dos inúmeros cadáveres de Batávia encontrados no passado na ilha.
Os detalhes do naufrágio
O incidente tornou-se muito conhecido cerca de 20 anos depois, em 1647, quando Jan Jansz publicou os diários de Francisco Pelsaert, um dos comandantes da embarcação. Foram nove edições impressas, com a última publicada em 1664.
O navio era destinado para ir a Jacarta, na Indonésia, e tinha a bordo cerca de 340 pessoas. O desastre é um dos mais famosos e importantes na história da Austrália, onde a maioria dos corpos foi encontrada.
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“Além das descobertas subaquáticas, o que descobrimos em terra contribuiu para nossa compreensão das respostas comportamentais dos sobreviventes, incluindo seu movimento inicial do naufrágio para as ilhas próximas, as lutas que enfrentaram e a mudança na dinâmica de poder entre amotinados e sobreviventes”, informou o autor e professor Alistair Paterson, da Escola de Ciências Sociais da UWA e do Oceans Institute da Austrália.