A Rússia negou que tenha planos de cortar o fornecimento de gás para a Finlândia a partir desta sexta-feira, 13. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a informação divulgada pela mídia finlandesa é “outra farsa de jornal”.
“A Gazprom fornece gás para vários consumidores na Europa, incluindo países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A Gazprom tem mostrado repetidamente sua confiabilidade como uma empresa que fornece recursos energéticos para o continente europeu. Portanto, esses relatórios são provavelmente apenas mais uma farsa de jornal”, afirmou Peskov, em entrevista a jornalistas.
Segundo informação publicada pelo jornal Iltalehti na quinta-feira 12, políticos finlandeses foram avisados sobre um possível corte. Peskov, contudo, disse que não há nenhuma informação sobre uma possível rescisão no fornecimento de gás.
“Devo mencionar que você precisa esclarecer as informações sobre o regime de pagamento com a Gazprom. Porque há um decreto do presidente [da Rússia, Vladimir Putin] sobre um novo regime de pagamento de gás [em rublos]. Não tenho certeza das especificidades sobre como as empresas finlandesas pagam quando precisam e se as fazem sob as novas regras”, disse.
Na semana passada, o governo finlandês anunciou a possibilidade de corte do gás russo em 23 de maio, como resposta à recusa do país de pagar o gás em rublos. Caso a medida fosse implementada, o corte afetaria diretamente o setor industrial do país.
Suspensão do gás
No fim de abril, a Finlândia e a Suécia concordaram em enviar os pedidos para a Otan simultaneamente. As nações sempre se disseram neutras, porém, com a guerra na Ucrânia, alguns países europeus estão tentando renovar suas políticas de segurança territorial.
Segundo a ministra das Relações Exteriores, Ann Linde, a entrada da Suécia na Otan vai fortalecer o país e terá um efeito de “amortecimento” para futuros conflitos na Europa.
Em 26 de abril, a Rússia anunciou a suspensão do fornecimento de gás à Polônia e à Bulgária. A medida foi vista como retaliação, por conta das sanções do Ocidente contra a Rússia.