Com relações deterioradas com o Ocidente devido à Guerra da Ucrânia, a Rússia realizou exercícios militares na região do Ártico, uma de suas principais fronteiras estratégicas nesta segunda-feira 18.
A manobra contou com aproximadamente 10 mil militares da Marinha, que participaram de lançamentos de mísseis de cruzeiro Onix, Grait e Vulkan em alvos simulados no mar de Bering, que separa o território russo do estado norte-americano do Alasca.
Os exercícios foram realizados na região de Tchukotka e no mar de Tchuktchi, que fica acima de Bering, no círculo polar ártico.
Os mísseis foram disparados de terra, de navios e submarinos. Segundo o governo russo, o objetivo da ação era da “proteção da rota marítima do norte”, um dos projetos prioritários de Vladimir Putin.
Desde a aceleração do derretimento de gelo no Ártico no verão, o transporte comercial foi facilitado entre os portos da Rússia no mar de Barents, no extremo leste do país, e a China.
Em sua nova demonstração de capacidade militar, Moscou procura lembrar os adversários de que pretende garantir a segurança naquela rota. No ano passado, Putin declarou que deverá gastar o equivalente a US$ 150 bilhões até 2035 com o desenvolvimento da infraestrutura portuária ao longo da rota do Ártico. A região já conta com a única usina nuclear flutuante do mundo.
Intercepção de avião norte-americano
Também nesta segunda 18, a Rússia interceptou um avião de patrulha e espionagem P-8A da Marinha dos Estados Unidos próximo de seu espaço aéreo no mar de Barents. Um caça MiG-31 foi utilizado na ação.
A aeronave, que é o principal modelo do tipo dos Estados Unidos e de vários países, deu meia-volta.
Nas últimas semanas, isso aconteceu pelo menos três vezes com um P-8A da Noruega. As interceptações têm sido quase diárias em pontos de atrito entre grandes e médias potências.
A manchete não foi feliz: passa a ideia de que o míssil acertou o avião.