O governo da Rússia prendeu a jornalista Antonina Favorskaia por suposta participação em uma organização extremista. A prisão ocorreu há dez dias, e o Kremlin a manteve em cárcere nesta sexta-feira, 29.
A jornalista entrou na mira das autoridades russas depois de cobrir o julgamento de Alexei Navalny, opositor de Vladimir Putin que foi encontrado morto na prisão.
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Antonina teria filmado o último vídeo de Navalny. Ele morreu em fevereiro deste ano, enquanto cumpria pena de 30 anos. As condições de sua morte não foram esclarecidas.
A jornalista passou dez dias em um centro de detenção por desobedecer a ordens policiais. Segundo o veículo em que trabalhava, SOTAvision, Antonina foi interrogada na quarta-feira 27. Na sexta-feira, a repórter foi acusada de participar de organização extremista e condenada a ficar em prisão temporária até 28 de maio.
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Ao site Mediazona, Antonina protestou contra a condenação e contra o sigilo do processo. “Sou completamente contra um processo fechado”, disse. “A imprensa precisa saber o que está acontecendo aqui, do que estou sendo acusada.”
De acordo com o site SOTAvision, as jornalistas Alexandra Astakhova e Anastasia Musatova também foram presas. Ambas pretendiam acompanhar a libertação da repórter detida.
Rússia prende diversos jornalistas
Outros dois jornalistas também foram presos nesta semana. Segundo o grupo independente OVD-Info, a repórter Ekaterina Anikievitch, da SOTAvision, e Kanstantin Jarov, da emissora RusNews, foram detidos na quinta-feira 28.
A organização não-governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras informou que a jornalista Olga Komleva foi presa e acusada de extremismo e participação no grupo político fundado por Navalny. Ela trabalha na RusNews e morava em Ufa, a 1,3 mil km de Moscou.
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A assessora de Navalny, Kira Iarmich, desmentiu a acusação do governo russo e informou que na quinta-feira 28 não publicou nada nas redes sociais sobre o grupo político.
“Mesmo que descartemos a falsidade da acusação, sua essência permanece: a jornalista está sendo acusada de fazer o trabalho de jornalista”, disse Kira, no Twitter/X.
Desde o início da guerra contra a Ucrânia, em 2022, a Rússia tem aumentado a repressão a profissionais de imprensa, de acordo com organizações que monitoram o tema.
Sugiro os Jornalistas da Globolixo viajarem para a Russia e Baterem palmas para o Putin.
Logo ela morrerá “misteriosamente”.