Porta-voz do Kremlin disse que alemães estão “se apressando” em usar a palavra envenenamento
O Kremlin disse nesta terça-feira, 25, que não vê necessidade de investigar as circunstâncias que causaram o grave estado do político opositor Alexei Navalny.
O crítico do governo Vladimir Putin passou mal na semana passada após ter sido supostamente envenenado e, desde então, está em coma induzido, mas sua vida não corre perigo.
Navalny está internado em um hospital de Berlim, na Alemanha, desde o último sábado, 21, quando foi transferido.
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Ontem, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu à Rússia que investigue o suposto envenenamento e responsabilize os envolvidos.
Em reação, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os médicos alemães não identificaram de forma conclusiva a substância por trás do estado de Navalny e que não está claro por que estão “se apressando” em usar a palavra envenenamento.
“É preciso haver razão para uma investigação. No momento, tudo o que vocês e eu vemos é que o paciente está em coma”, disse Peskov em teleconferência, segundo a agência de notícias Reuters.
Ele acrescentou que, se um envenenamento for estabelecido de forma definitiva como a causa, uma investigação será iniciada.
A exigência de realização de um inquérito está crescendo. Na noite de segunda-feira, Josep Borrell, o principal diplomata da União Europeia, também pediu à Rússia que investigue o caso.
Envenenamento
Médicos alemães que tratam Navalny em um hospital de Berlim disseram que os exames indicaram envenenamento com algum tipo de inibidor da enzima colinesterase, mas ainda não se conhece a substância específica.
Autoridades de saúde da Russia contradisseram o diagnóstico, afirmando que Navalny teve resultado negativo em exame de detecção de inibidores de colinesterase quando esteve hospitalizado no país na semana passada.