O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou no início desta terça-feira, 27, que uma guerra entre a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) será inevitável. De acordo com ele, o conflito irá se deflagrar caso os membros da aliança militar decidam enviar recursos para a Ucrânia.
A manifestação do governo de Vladimir Putin ocorreu depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que a possibilidade de enviar tropas da Otan para a Ucrânia não deve ser descartada.
“Qualquer coisa é possível se nos ajudar a alcançar nosso objetivo”, disse Macron, em pronunciamento. “Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não vença esta guerra.”
Macron fez as declarações depois de se reunir com líderes europeus no Palácio do Eliseu, a residência oficial do presidente francês em Paris, durante uma conferência em solidariedade à Ucrânia.
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O encontro contou com a presença de chefes de Estado, governantes e representantes ministeriais de 27 países, incluindo o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente polonês, Andrzej Duda. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, participou por meio de videoconferência.
Otan nega alegações da Rússia
Em entrevista à agência de notícias Associated Press, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que não há planejamentos para o envio de tropas para a Ucrânia. Ele também reforçou que o auxílio militar ao país acontece desde antes do início da invasão russa.
“A Otan e os aliados estão fornecendo apoio militar sem precedentes à Ucrânia”, disse Stoltenberg. “Temos feito isso desde 2014, quando houveram os conflitos pela Crimeia, e intensificamos o apoio depois da invasão em grande escala da Rússia.”
Não é a primeira vez que a Rússia se mostra insegura com a relação entre a Ucrânia e a Otan. No início dos conflitos, em 24 de fevereiro de 2022, uma das justificativas dadas pelo governo russo para a ofensiva foi a expansão da Otan no Leste Europeu, em especial depois que Kiev começou a dar sinais de que queria fazer parte da aliança militar.
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A Ucrânia formalizou seu pedido de adesão à aliança militar em setembro de 2022. A Rússia expressa preocupação com a possibilidade da Otan estar próxima de suas fronteiras, visto que cinco países da organização compartilham fronteira terrestre com os russos: Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Finlândia.
A Finlândia se tornou o 31º membro da Otan em abril de 2023, dobrando a extensão da fronteira da Otan com a Rússia, abrangendo aproximadamente 1,3 mil quilômetros.
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