Seis meses depois de a Rússia dar início à invasão da Ucrânia, começam a surgir os primeiros sinais de um equilíbrio no campo de batalha. É o que mostra reportagem publicada nesta quarta-feira, 24, pelo The Wall Street Journal.
Moscou tem um poder bélico amplamente superior, mas o auxílio das potências ocidentais deu aos ucranianos a oportunidade de revidar a ofensiva russa. Um ataque de drones contra a frota da Rússia no Mar Negro, realizado no sábado 20, simboliza essa nova fase do conflito.
O apoio à Ucrânia permanece firme nos Estados Unidos e na Europa, apesar dos temores de que a continuação da guerra provocará um aumento dos preços da energia e dos alimentos. Isso poderá minar a unidade ocidental.
Relacionadas
Os EUA, em particular, estão enviando à Ucrânia um número crescente de armas avançadas. Além disso, Washington anunciou mais US$ 800 milhões em assistência militar a Kiev, incluindo drones, artilharia e munição. Pela primeira vez, o pacote inclui equipamento de limpeza de minas e veículos táticos.
Ambos os lados perderam dezenas de milhares de combatentes desde o início do conflito, em 24 de fevereiro. No momento, a Rússia está sofrendo para substituir as perdas de soldados e equipamentos. Por isso, o Kremlin está contando com mercenários, milícias e tanques antigos.
Até o momento, falhou a tentativa de Vladimir Putin reescrever o fim da Guerra Fria e restaurar a influência de Moscou na Europa Ocidental. Os ataques à Ucrânia resultaram na união dos países da Europa e reviveram a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que está pronta para adicionar Suécia e Finlândia como novos integrantes.
Relacionadas
Mesmo assim, o resultado definitivo da guerra permanece incerto. A Rússia continua a ter muito mais poder bélico, mas tem dificuldade de avançar em terreno aberto. Isso dificulta a retomada das terras ocupadas pela Ucrânia.
A economia ucraniana, danificada em razão do conflito, começa a dar sinais de recuperação. No entanto, Kiev ainda precisa contar com o apoio da União Europeia (UE), que não cumpriu todas as suas promessas de fornecer auxílio financeiro ao país liderado por Volodymyr Zelensky.
O sofrimento de famílias desaparecidas
Desde fevereiro, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) recebeu quase 30 mil telefonemas e e-mails de pessoas que buscam notícias de parentes afetados pelos ataques da Rússia à Ucrânia.
“Nos últimos seis meses, o conflito armado internacional que assola a Ucrânia deixou um grande número de mortos e feridos entre civis, obrigou grande parte da população a se deslocar e causou um imenso sofrimento físico e mental, além de danos horrorosos à infraestrutura civil”, disse o diretor-geral do CICV, Robert Mardini, ao portal ICRC. “Também provocou um impacto emocional extremo nas vítimas do conflito e nas famílias dos soldados. As famílias estão angustiadas e desesperadas por notícias.”
O CICV trabalhou para atenuar o sofrimento das vítimas do conflito no Leste Europeu. Como resultado da iniciativa desse grupo, 8 milhões de pessoas têm melhor acesso à água; 5 milhões de pessoas receberam assistência básica; 984 mil pessoas receberam artigos de higiene; 718 mil pessoas se submeteram a intervenções de saúde; e 368 mil pessoas foram atendidas pelos serviços de saúde mental e apoio psicossocial.
Leia mais: “Devagar, malfeito e complicado”, artigo de capa publicado na Edição 102 da Revista Oeste
As pessoas não entenderam ainda: a Rússia tem condições de destruir as forças militares da Ucrânia rapidamente, mas Putin não deseja isso. Ele quer uma guerra longa de desgaste. Vários analistas sérios tem observado isso. Putin quer ir até o inverno europeu? Sim, mas o objetivo dele, permanece obscuro. É só pensar. As forças militares da Rússia tem muitos equipamentos, armas, munições, aviões, soldados, etc., logo, por que ele não colocou toda ou quase toda a sua força na guerra? Algum objetivo há. A ajuda do Ocidente não é suficiente para manter a guerra longa. Há outros motivos, interesses envolvidos. Aguardemos se isso se confirma ou não.
Eu falo português um pouco, mas parece que você está perto da verdade. O povo da Ucrânia mudaram governo muitas vezes quando um presidente (e cabinete) perdeu credito do povo. Putin não quer muitas mortes, se o povo vai derrubar o governo de plutocracia é melhor para todos. O inverno é um dos muitos fatores.