Quando o centroavante Artem Dovbyk marcou o terceiro gol da seleção ucraniana contra os escoceses, na quarta-feira 1º, as ruas de Kiev estavam sob toque de recolher. O que normalmente teria provocado uma celebração em toda a cidade, foi recebido com um silêncio assustador.
Com a vitória por 3 a 1 sobre a Escócia, a Ucrânia se colocou a 90 minutos da Copa do Mundo do Catar, que será realizada entre novembro e dezembro. Agora, a equipe enfrentará o País de Gales, em Cardiff, em 5 de junho.
“Não tenho emoção — deixei minha emoção em campo”, disse o treinador da Ucrânia, Oleksandr Petrakov, depois do jogo. “Esta não foi uma vitória para nós. Foi para nosso país.”
A partida contra a Escócia havia sido originalmente programada para ser disputada há mais de dois meses. Mas a invasão russa mudou tudo. Em razão dos ataques de Moscou, a Federação Internacional de Futebol (Fifa) excluiu a Rússia das Eliminatórias da Copa. Já a Ucrânia tem permissão especial para participar dos jogos sempre que a seleção estiver pronta.
O confronto esportivo colocou a Escócia em uma posição estranha, como mostra reportagem publicada no The Wall Street Journal. Embora houvesse demonstrações efusivas de apoio à Ucrânia em Glasgow, onde o jogo foi realizado, o objetivo dos escoceses era vencer a equipe com uniforme amarelo e azul. Graeme Souness, ex-capitão da seleção do país, disse publicamente que estava dividido. “A Ucrânia deveria ir à Copa do Mundo, simplesmente para mantê-la na vanguarda da mente de todos”, afirmou.
Se a Ucrânia conquistar a vaga, cairá em um grupo formado por Inglaterra, Irã e Estados Unidos. No entanto, o país ainda precisa passar pelos galeses, liderados pelo astro Gareth Bale. “Cada jogo para nós é como uma final”, disse o lateral Oleksandr Zinchenko. “Sonhamos como uma equipe.”
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